Por Emma Farge

GENEBRA (Reuters) – Uma exibição de fotos de uigures apoiada pelos Estados Unidos que mostra dezenas de pessoas desaparecidas ou supostamente detidas em campos de Xinjiang, na China, estreou na Suíça nesta quinta-feira, em meio a tensões altas entre Pequim e Washington a respeito dos direitos humanos.

O “Muro dos Desaparecidos”, que também conta com entrevistas com sobreviventes de campos de detenção sobre uma suposta esterilização forçada, está diante do escritório da Organização das Nações Unidas (ONU) em Genebra, onde uma sessão de um mês do Conselho de Direitos Humanos começou nesta semana.

“Era importante para nós trazer rostos para representar as estatísticas”, explicou Zumretay Arkin, cujo tio aparece na exibição. “É mais fácil esquecer números, mas se as pessoas veem rostos, esperamos que captem a urgência da situação”.

Grupos de direitos humanos estimam que um milhão de uigures e outras minorias étnicas estão detidos em campos que a China descreve como centros de treinamento vocacional para combater o extremismo religioso.

Os EUA deram incentivo financeiro para a mostra, que mais tarde viajará a Bruxelas e Berlim, disse o Congresso Mundial de Uigures à Reuters. No início desta semana, a missão norte-americana em Genebra a expôs em uma recepção diplomática, de acordo com fontes que compareceram.

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A China disse que a situação dos direitos humanos em Xinjiang é “muito boa”. “A tentativa de algumas forças de seguir com sua pauta política difamando a China está fadada a fracasso”, acrescentou um porta-voz da missão chinesa.

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