Entre 2010 e 2020, munições compradas por forças de segurança foram usadas ao menos 23 ações criminosas que resultaram na morte de 82 pessoas em oito estados do país. Os dados são de um levantamento feito pelo jornal EXTRA em parceria com o Instituto Sou da Paz.

Na pesquisa, foi identificado o uso de 145 lotes de cartuchos adquiridos por polícias ou pelas Forças Armadas nas ocorrências, que incluem sete chacinas. No Rio de Janeiro, a munição comprada com dinheiro público foi usada em sete crimes e deixou 15 mortos.

A base da pesquisa foram processos judiciais e inquéritos policiais sobre cartuchos coletados em cenas de crimes ou apreendidos com bandidos.

O lote identificado em mais ocorrências é o UZZ18, comprado pela Polícia Federal em 2006. Projéteis assim foram usados no assassinato de Marielle e Anderson e em duas chacinas com participação de policiais militares em São Paulo. A mais recente dessas chacinas é a de Osasco, em 2015, que deixou 17 vítimas.