16/04/2022 - 18:47
Centenas de pessoas compareceram neste sábado ao estádio Pascual Guerrero, em Cali, para se despedir da lenda do futebol colombiano Freddy Rincón, que morreu na quarta-feira aos 55 anos após um acidente de trânsito.
A cidade onde Rincón captou a atenção dos caçadores de talentos estrangeiros no início dos anos 1990 abriu as portas de seu estádio para que torcedores, dirigentes e ídolos do futebol colombiano prestassem uma última homenagem ao ex-jogador de Palmeiras, Corinthians, Real Madrid, Napoli e do América de Cali.
“Se choramos, choramos por sentimento, admiração e carinho… Freddy é um exemplo de vida para este país”, disse com a voz embargada o ex-técnico da seleção colombiana Jorge Luis Pinto, que em 1986 levou Rincón à primeira divisão do futebol colombiano com o time da capital, o Santa Fé.
Diante de Pinto, uma multidão de torcedores se emocionava vestindo camisas do América e da seleção colombiana, com a qual o falecido meio-campista disputou três Copas do Mundo (Itália-1990, Estados Unidos-1994 e França-1998).
Faustino Asprilla, René Higuita, Óscar Córdoba, o treinador Francisco Maturana e outros ídolos dessa geração de ouro do futebol colombiano acompanharam Freddy Steven e Sebastián, filhos de ‘El Coloso’, numa plataforma atrás de um dos gols.
Uma missa católica deu início à cerimônia, com músicas da região da costa pacífica colombiana, onde Rincón nasceu em um lar pobre.
O meia entrou para a história da Colômbia na Copa do Mundo de 1990, quando marcou o gol de empate por 1 a 1 contra a Alemanha – que mais tarde se sagraria campeã mundial – com o qual os colombianos avançaram pela primeira vez para as oitavas de final do maior torneio de futebol mundial.
Na madrugada da segunda-feira, Rincón se envolveu em uma violenta colisão com um ônibus que deixou cinco feridos, sendo o mais grave deles o ex-jogador, que sofreu “grave traumatismo craniano”.
Ele morreu na noite de quarta-feira em uma Unidade de Trat
amento Intensivo em Cali. Na sexta-feira houve uma despedida com uma caravana na cidade portuária de Buenaventura, onde nasceu.
‘El Coloso’ também conquistou um lugar especial no coração dos corintianos, onde foi capitão e ergueu a primeira edição do Mundial de Clubes da Fifa em 2000, disputada em São Paulo e no Rio de Janeiro, antes de pendurar as chuteiras em 2004.
As condolências também vieram de Nápoles, onde jogou 38 jogos e marcou 7 gols na temporada 1994-1995, sua primeira na Europa.
Sua atuação na defesa e no ataque o levou ao Real Madrid, mas ele fez acusações de “racismo” durante sua única temporada na ‘casa blanca’.
Após sua aposentadoria, ficou preso no Brasil durante quatro meses e meio em 2007 a pedido do Panamá, que o estava investigando por lavagem de dinheiro do narcotráfico. Antes de ser absolvido em 2016, ele sobreviveu a um primeiro acidente de trânsito em 2013, no qual sofreu múltiplas fraturas e um ferimento na cabeça.
Um dos ocupantes do carro no acidente fatal de segunda-feira disse às autoridades que Rincón estava ao volante no momento do acidente. A família do ex-jogador nega esta versão.
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