PARIS, 25 SET (ANSA) – Cerca de mil pessoas se reuniram em Marselha, na França, para protestar contra a decisão do governo nacional de determinar o fechamento de bares e restaurantes na cidade por 14 dias para conter o avanço da pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2).   

A maioria dos manifestantes eram empresários que, com apoio de políticos locais, criticaram a decisão por considerar que ela pode causar a falência de inúmeros estabelecimentos. Até mesmo a prefeita de Marselha, Michèle Rubirola, classificou a decisão como uma “afronta” à cidade porque considera que os números estavam “começando a melhorar”.   

Em entrevista à TV “BFM”, a vice-prefeita, Samia Ghali, informou que a cidade não vai aplicar multas para os bares e restaurantes que abrirem mesmo com a proibição do governo nacional.   

No entanto, para o governo francês a cidade é considerada a que vive o estado “mais grave” da pandemia do país. Ainda hoje, a ministra da Saúde, Olivier Véran, visitará o hospital local “Timone” e se reunirá com as autoridades locais para explicar os motivos da decisão. Entre eles, está a ocupação em mais de 50% das unidades de terapia intensiva dos hospitais da região com pacientes com Covid-19.   

O premier francês, Jean Castex, defendeu as medidas definidas pelo governo e disse que é preciso “que a opinião pública fique atenta a esse momento” porque “se não agirmos agora, poderemos viver uma situação próxima à da primavera, o que pode significar um novo lockdown nacional”.   

Assim como ocorre nos demais países europeus que liberaram o funcionamento de todos os serviços e indústrias, a França vem registrando uma alta nos números de contágios. No entanto, a situação francesa preocupa porque os números de novos casos são muito superiores – em alguns dias, mais do que o triplo – do que os registrados no que é considerado o ápice da pandemia do novo coronavírus, entre março e maio.   

Para se ter ideia, a maior quantidade de contaminações registrada à época foi no dia 31 de março, quando foram registrados 7.578 casos. Mas, a média, era de pouco mais de três mil infecções diárias.   

No entanto, desde o fim de agosto, o país vem batendo recorde atrás de recorde. Nesta quinta-feira (24), por exemplo, foram 16.096 notificações em apenas um dia. A média móvel dos últimos sete dias está em 11,6 mil infecções diárias. (ANSA).