DUBAI (Reuters) – O corpo do falecido presidente do Irã Ebrahim Raisi foi enterrado nesta quinta-feira na cidade sagrada de Mashhad, com milhares de pessoas enchendo as ruas para o funeral quatro dias depois de ele ter morrido em um acidente de helicóptero, mostraram imagens divulgadas pela imprensa iraniana.

Raisi, de 63 anos, era amplamente visto como um candidato para suceder o líder supremo do Irã, Ali Khamenei, que detém o maior poder no país. Mohammad Mokhber, que era o primeiro-vice-presidente, está ocupando interinamente o cargo de mandatário, até a eleição marcada para junho.

Participaram do enterro de Raisi autoridades do governo e das Forças Armadas, além de personalidades religiosas.

Flores foram jogadas em seu caixão enquanto ele era exibido vagarosamente em um caminhão, em meio a uma multidão de pessoas, antes do enterro no santuário Imã Reza, o local mais sagrado do islamismo no Irã, com sua cúpula dourada e reverenciado como local de descanso do imã Ali al-Reza, desde o século 9. Raisi era natural de Mashhad, localizada 900 quilômetros a leste de Teerã.

Mais cedo, milhares prestaram suas homenagens em quando seu caixão era exibido em carreata pela cidade de Birjand.

Os oito passageiros e tripulantes morreram quando o helicóptero de Raisi caiu em uma região montanhosa perto da fronteira com o Azerbaijão. Entre os mortos estava o ministro das Relações Exteriores, Hossein Amirabdollahian.

O Irã decretou cinco dias de luto pela morte de Raisi, que seguia as visões linha-dura de Khamenei, seu mentor, com o objetivo de consolidar o poder do clero xiita, reprimir dissidências públicas e adotar uma política externa dura, como nas negociações com os Estados Unidos para restaurar o pacto nuclear firmado em 2015.

A eleição presidencial foi marcada para o dia 28 de junho.

Uma cerimônia foi realizada para relembrar Amirabdollahian no Ministério das Relações Exteriores, em Teerã, onde o atual ministro, Ali Bagheri Kani, o descreveu como um mártir que “garantiu a natureza revolucionária do Ministério das Relações Exteriores”.

O ministro foi enterrado ao sul de Teerã, no santuário Xá Abdolazim, em Rey, um mausoléu onde importantes políticos e artistas do país estão enterrados.