Mulheres que enfrentam violência podem obter status de refugiadas da UE, diz consultor de tribunal

Mulheres que enfrentam violência podem obter status de refugiadas da UE, diz consultor de tribunal

Por Marine Strauss e Tassilo Hummel

PARIS (Reuters) – Mulheres de fora da União Europeia em risco de crimes de “honra”, casamentos forçados ou violência doméstica em seu país de origem podem receber o status de refugiadas, disse um importante consultor do Tribunal Europeu de Justiça (ECJ, na sigla em inglês) nesta quinta-feira.

Um advogado-geral do ECJ fez as observações em um caso movido por um tribunal na Bulgária, incerto se deveria conceder o status de refugiada a uma mulher curda divorciada que disse que corre risco de violência caso seja devolvida ao seu país de origem, a Turquia.

A mulher casou-se à força e, após vários episódios de violência doméstica e ameaças do marido e de outros familiares, fugiu de casa e acabou indo para a Bulgária, membro da UE, disse o ECJ em comunicado.

A proteção internacional como refugiada pode ser concedida a pessoas que estão expostas a riscos de violência por pertencerem a um “grupo social específico” e às mulheres, devido ao seu gênero, podem ser consideradas como tal grupo sob o direito da UE, disse o advogado-geral no caso, Richard de la Tour.

As autoridades búlgaras, portanto, precisam avaliar cuidadosamente se existe uma ligação direta entre os riscos que a mulher enfrenta na Turquia e seu gênero, acrescentou o advogado-geral.

Essas opiniões não são vinculativas, mas o ECJ geralmente as segue ao proferir o veredicto final várias semanas depois.

(Por Marine Strauss)

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