Enquanto diversos torcedores tiravam fotos com o goleiro Bruno no Centro de Treinamento do Boa, nesta terça-feira, o clima no centro de Varginha era de revolta e indignação. Um grupo de cerca de 30 mulheres da Frente Feminista Popular da cidade realizou um protesto contra a contratação do goleiro.

Com cartazes, as mulheres estavam vestidas de preto, com camisetas, calças ou vestidos, mas tinham tinta vermelha nas mãos, um simbolismo para manchas de sangue. O protesto foi feito em silêncio, sem gritos ou palavras de ordem, e durou cerca de quarenta minutos.

Participaram representantes de vários coletivos de frente feminista, integrantes de movimentos sociais e a população em geral. A convocação foi feita pelas redes sociais como um ato de repúdio. O movimento, no entanto, não contou com grande adesão. O horário do evento e a chuva dificultaram a mobilização.

As líderes do movimento não quiseram dar entrevistas depois que foram ameaçadas na internet por criticarem a contratação e os casos de violência contra a mulher. Durante o evento, todas usaram máscaras. Algumas líderes relataram ao Estado que na cidade de Varginha a “mulher não tem igualdade no mercado e o machismo está enraizado”.

“Nós recusamos a ideia da vida de mulheres serem banalizadas novamente em nome de dinheiro”, diz outro trecho da convocação na internet. Um dos cartazes apresentados no protesto dizia: “Não é uma ‘Boa’ contratar por jogada de marketing”. Para o movimento, no entanto, a chegada de Bruno quer apenas trazer maior visibilidade ao clube.

Outro cartaz cobrava: ressocializar sim, banalizar, não”. A ideia da ressocialização do goleiro Bruno é o principal argumento da diretoria do Boa Esporte para contratar o goleiro Bruno.

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O jogador foi condenado em primeira instância a 22 anos de prisão pelo sequestro, assassinato e ocultação de cadáver da ex-amante Eliza Samudio. Acabou libertado após cumprir seis anos de prisão pelo STF. Com isso, deverá recorrer da decisão em liberdade.


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