Fazendo um exercício rápido, quem são as mulheres da área de tecnologia que rapidamente são lembradas? Pois é, infelizmente temos poucos exemplos para lembrar ou nomes que têm notoriedade. Com a Covid em alta, existe uma necessidade ainda maior de discutir igualdade de gênero no trabalho, com o olhar para a economia e o campo financeiro.

Existe um abismo entre homens e mulheres no mercado de tecnologia, o gap é muito grande. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apenas 20% das pessoas que atuam na área são mulheres. Segundo Sara Hughes, CEO da Scaffold Education, a representatividade feminina precisa aumentar. “Nós precisamos fortalecer e incentivar as meninas desde a infância para chegarem onde quiserem. Fazer aquilo que elas têm vontade e não limitar as profissões. Como se uma fosse somente para homens e outra para só para mulheres”, diz Sara.

O estudo ainda diz que mulheres em carreiras técnicas, como ciências, tecnologia, engenharia e matemática representam aproximadamente 35% na educação superior. “Isso é algo que deve mudar. Nasci nos Estados Unidos e moro no Brasil desde 1996 e algo que posso enxergar é que falta o “empurrão” dos familiares para a inserção nessas áreas de exatas e tecnológicas também”, comenta Sara.

Liderança feminina no mundo

Alguns países na Europa têm olhado e observado novas maneiras para promover a igualdade feminina e equidade de oportunidades. Em muitas nações estão sendo criadas leis de cotas para estimular um maior número de mulheres no comando de empresas.

Como a Noruega que criou conselhos de administração e aumentou de 6,8%, no início do ano 2000, para 40% em 2008. Um aumento significativo, mas também delicado. “É importante a gente ter em mente como uma lei dessas funcionaria no Brasil. Nós precisamos colocar pessoas nos comandos que tenham uma relação direta com os valores e conhecimentos que elas carregam”, comentou.

Como virar a chave

De acordo com o IBGE, as mulheres preenchem apenas 13,3% das matrículas nos cursos presenciais de graduação na área de computação e tecnologia da informação (TI). Além disso, de acordo com o Centro de Gestão de Estudos Estratégicos (CGEE), as doutoras tituladas no exterior ganham menos do que homens, em média, um salário 26,5% menor.

“A gente tem um cenário desanimador com todos esses números. Mas precisamos inserir medidas importantes para colocar as mulheres na área da tecnologia, como proporcionar qualificação profissional de mulheres desde jovens, fornecer treinamentos focados à diversidade para quem está no topo das empresas, recrutamento específico de mulheres e projetos para ajudar no desenvolvimento. Essas são medidas que implementam a diversidade e geram inovação e responsabilidade social. Além disso, pessoas diferentes promovem melhorias e ótimos resultados financeiros e ideias inovadoras. Apenas dessa forma teremos mais equidade entre homens e mulheres não somente nas empresas, mas em todos os âmbitos da vida”, concluiu Sara Hughes.