SÃO PAULO, 29 SET (ANSA) – Faltando oito dias para as eleições, dezenas de milhares de pessoas, sobretudo mulheres, saíram às ruas de cidades de todo o Brasil para protestar contra Jair Bolsonaro, candidato à Presidência da República pelo PSL.   

As manifestações feministas ocorreram no mesmo dia em que o deputado federal recebeu alta do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, após ter passado mais de 20 dias internado por ter sido esfaqueado em Juiz de Fora (MG).   

A 7,5 quilômetros do Albert Einstein, os manifestantes tomaram o Largo da Batata, as ruas adjacentes e parte da Avenida Faria Lima. Não há ainda uma estimativa oficial de participantes, mas o número de pessoas estava na casa das dezenas de milhares.   

O ato teve caráter apartidário, apesar da presença de apoiadores e bandeiras de legendas como PT, Psol, PDT, PSTU e Rede, que ignoraram momentaneamente as diferenças para marchar juntos contra Bolsonaro.   

Após um período de concentração, o protesto seguiu pela Faria Lima, subiu a Rebouças e entrou, já de noite, na Avenida Paulista. O público, formado sobretudo por mulheres, levava cartazes contra o machismo, a misoginia e o fascismo, além de bandeiras LGBT e a onipresente hashtag #elenão.   

No Rio, o protesto ocorreu na Cinelândia, enquanto Copacabana abrigou um ato de apoiadores de Bolsonaro – em São Paulo, militantes devem realizar uma manifestação em defesa do deputado neste domingo (30), na Paulista.   

Os atos aconteceram em mais de 80 cidades no Brasil e em diversas metrópoles do exterior, como Roma, Milão, Washington, Sydney, Paris e Lisboa, e representam o ponto mais alto até aqui da rejeição feminina contra Bolsonaro.   

Segundo a última pesquisa do Datafolha, divulgada em 27 de setembro, Fernando Haddad (PT) já ultrapassou o deputado numericamente entre as mulheres, com 22% a 21% – entre os homens, o placar é de 37% a 22% em favor do deputado.   

Já o levantamento Ibope mais recente afirma que 50% das mulheres não votariam em Bolsonaro “de jeito nenhum”. No eleitorado masculino, esse índice é de 33%. (ANSA)