Arrombou a festa. Fez a gente feliz. De quatro no ato. No chão, no mar, na lua, na melodia: quem nunca amou ouvindo Rita? Quem nunca sonhou que podia dar certo? Ou se desse errado, se fosse hora de sumir, e assumir: melhor com ela. Ovelha negra da família. Como todas nós nos sentimos algum dia. Remando contra a maré. Ruindo, reinando. Rita não morrerá jamais.

Nasceu há 75 anos ou parece que foi ontem, milênios atrás, milênios no ar, com o dom de transcender o tempo. Ir aquém e além, sempre foi uma das suas habilidades. Primeira a cantar sobre sexo na música brasileira. A mais engraçada, espirituosa e surpreendente das nossas musas. Padroeira da liberdade, como preferia ser chamada, ao fazer 60 anos e dizer que se sentia como “um homem do rock´n´roll”. 

Nunca houve mulher como Rita – é o que nos repetimos hoje, é o que agradecemos num mantra. Como é estranho ser humano, nessas horas da partida. Que ela esteja de alma presente, como queria, tocando sua autoharp e cantando para Deus. Aplausos para a vertiginosa, revolucionária, imensa Rita Lee: a nossa mais completa tradução.

 

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