Sou executiva, escritora, palestrante, mentora, companheira, mãe de muitos pets, vice-presidente da Apsen, indústria farmacêutica – todas ao mesmo tempo agora! Uma faceta que já me rendeu até um apelido carinhoso na Nação Azul, que é como nos referimos à Apsen: mulher maravilha! Mas quero dividir com vocês uma verdade com a qual muitos podem se identificar: por mais que ame cada uma das minhas atividades, há momentos em que tudo o que desejo é pendurar a capa de heroína.

E tenho certeza de que esse sentimento é de boa parte de todas nós, mulheres! Nossa sociedade é hiperdinâmica, repleta de expectativas e desafios. E como mulheres frequentemente nos encontramos diante da necessidade de sermos exímias equilibristas, controlando inúmeras responsabilidades e desempenhando múltiplos papéis com graça e excelência.

A ideia de sermos mestras da multitarefa, no entanto, não se sustenta quando examinada de perto. A ciência tem, de fato, revelado que o cérebro humano não é projetado para realizar várias tarefas complexas simultaneamente.

É verdade que abraçar tantas responsabilidades é uma parte essencial de minha identidade como mulher multifacetada. Mas gostaria de esclarecer que a capacidade de realizar muitas tarefas não deve ser confundida com a habilidade de executá-las com perfeição e eficiência.

Estudos neurocientíficos têm apontado que a alternância entre tarefas consome mais energia mental do que a execução de uma única tarefa de cada vez. O resultado? Menos produtividade, maior probabilidade de cometer erros e, inevitavelmente, um aumento no nível de estresse.

A pressão que a sociedade exerce sobre nós, mulheres, para que sejamos super-heroínas multitarefas pode, de fato, prejudicar nossa saúde mental e emocional. A busca incessante pela perfeição em todas as frentes pode nos levar a sentir que nunca estamos à altura das expectativas – seja como profissionais bem-sucedidas, parceiras dedicadas, mães carinhosas ou figuras inspiradoras.

É essencial reconhecer que somos humanas, que temos limites, e que a busca pelo equilíbrio é mais saudável do que a corrida pelo cumprimento de cada expectativa imposta.

É importante reconhecer que é normal se sentir cansada, é natural e humano. A exaustão não é um sinal de fraqueza, mas sim, um sinal de que temos estado no campo de batalha, lidando com as demandas da vida moderna por tempo demais.

A autoaceitação e o autocuidado são fundamentais para o nosso bem-estar, e é importante lembrar que o tempo para descansar, refletir e recarregar é tão válido quanto o tempo dedicado a nossas diversas atividades.

Em um mundo que muitas vezes parece celebrar a ideia de que a produtividade é sinônimo de valor pessoal, é essencial desafiar essa narrativa. Precisamos nos lembrar de que nosso valor vai muito além do que realizamos em nosso dia a dia. Respeitar nossos próprios limites, definir prioridades e dedicar tempo ao autocuidado não é um ato de fraqueza, mas um ato de autêntica autoestima.

À medida que continuo navegando por minha jornada, reconheço a importância de aceitar que não sou uma super-heroína invulnerável, mas uma mulher real, com paixões e responsabilidades. E, nesse reconhecimento, encontro força.

Lembrem-se, queridas mulheres, de que a verdadeira grandiosidade está em reconhecer nossa humanidade, cuidar de nós mesmas e viver uma vida que seja verdadeira e significativa para nós.

Busque seu propósito. Deixe o seu legado.