Elielma Rodrigues, de 30 anos, cursou licenciatura em história na Universidade Estadual do Ceará (UECE). Ela afirmou que os assédios iniciaram quando ainda era aluna de Douglas Dâmaso dos Santos. Porém, quando se formou em 2017, tudo piorou e virou uma perseguição nas redes sociais. As informações são da Universa.

Elielma guardou todas as mensagens e comentários feitos por Douglas e entregou todo o material à polícia.

Ele disse em uma das mensagens: “Quero beber-te todinha”. Depois de ser ignorado, ele enviou no dia 8 de dezembro de 2021: “Estou com tanta vontade de beber a tua xox*** que você nem avalia”.

Cansada do assédio, Elielma respondeu: “Não sei o que se passa na sua cabeça em achar que eu gosto desse tipo de assédio”. Na sequência, ela exigiu que ele parasse e o bloqueou nas redes sociais.

Segundo ela, a partir desse momento, ele começou a assediar os seus familiares. “Dei um basta. E aí ele começou a enviar mensagens aos meus familiares. Envolveu meu filho, uma criança de sete anos. Comentava nas fotos, antes de ser bloqueado, chamando meu filho de ‘nosso filhinho’. Isso gerou uma situação terrível porque a avó paterna do menino veio me questionar quem era aquele homem. Queria saber o porquê de ele chamá-lo daquele jeito.”

Reprodução Douglas Dâmaso dos Santos (Crédito:Reprodução)

Elogios e pedidos para sair

Elielma relembrou que Douglas elogiava as suas roupas e a convidava para sair quando era aluna dele.

“Ele foi meu professor logo no início do curso. Não o conhecia antes. Lembro que, na sala de aula, volta e meia tinha um comentário. Já nos corredores, ele era mais direto. Vinham os convites para sair, elogios a decotes. Esses elogios não eram direcionados exclusivamente a mim. Ele fazia com outras mulheres também.”

Depois de se formar, o ex-professor passou a enviar mensagens pelas redes sociais. “Mandava bom dia, mensagens inofensivas. Mas, com o passar do tempo, foi fazendo elogios. Dizia que pensava em mim, que me amava, que me queria. E durante a pandemia as coisas foram piorando. Toda hora mandava mensagens, fazia comentários nas minhas fotos. Já em 2021, as mensagens foram ficando pesadas. Chegou ao ponto de ele não ter mais pudor e comentar em fotos minhas. Eu não respondia, não estimulava esse tipo de atitude dele. Mas só piorou.”

Então, ela relatou o caso para a ouvidoria da universidade e depois registrou uma notícia-crime na Delegacia de Quixadá, no interior do Ceará.

A Polícia Civil informou por meio de nota que abriu um inquérito para apurar o caso de importunação sexual. “Conforme a apuração policial, a vítima recebia mensagens inoportunas em suas redes sociais e de familiares. Mais informações serão repassadas posteriormente para não comprometer o trabalho policial.”

“Eu me sinto machucada. É uma violência muito grande. Nunca fui tocada por esse homem, mas eu me sinto violada. E o medo é grande. Não consigo sair de casa sozinha. Não tem como não temer. Por que um homem maduro, com estudo, foi capaz de fazer tudo isso?”, questionou Elielma.

Ao ser questionada sobre o caso, a UECE informou por meio de nota que teve conhecimento no dia 2 de abril deste ano. Afirmou que a queixa será investigada e, caso comprovada, as medidas cabíveis serão aplicadas. A universidade ressaltou que tem um “forte compromisso no combate ao assédio sexual e à violência contra a mulher”.

A Universa procurou o professor Douglas Dâmaso dos Santos por meio das suas redes sociais, mas não obteve retorno até o momento.