Uma mulher, de 24 anos, simulou o furto do próprio carro na tentativa de acobertar o irmão, que atropelou duas pessoas com o veículo em Itanhaém, no litoral paulista. Uma das vítimas não resistiu. As informações são do G1.
De acordo com a Polícia Civil, a jovem, que é comerciante, chegou a registrar um boletim de ocorrência de furto do automóvel, mas acabou confessando que mentiu. Seu irmão, identificado como Miguel Victor Martins Medina, ainda não foi localizado.
O acidente ocorreu na Estrada Coronel Joaquim Branco, no bairro Jardim Aguapeu, no início de janeiro. De acordo com testemunhas, o rapaz perdeu o controle do veículo em alta velocidade e acabou batendo em um outro carro estacionado. As duas vítimas estavam próximas ao carro parado e foram atingidas, sendo arremessadas para dentro de um córrego.
Osmar de Souza Pereira, de 39 anos, morreu após o acidente. O outro homem atingido, de 42 anos, ficou gravemente ferido e foi socorrido pelos bombeiros ao pronto-socorro da cidade. O motorista fugiu sem prestar auxílio.
Segundo a Polícia Civil, policiais militares que atenderam à ocorrência encontraram um revólver calibre 38, com balas, no interior do veículo. A dona do carro procurou a polícia e registrou um Boletim de Ocorrência dizendo que o automóvel havia sido furtado pouco antes do atropelamento, assim que ela entrou em casa. A Polícia Civil suspeitou de sua versão após ela afirmar às autoridades ter o hábito de deixar o carro do lado de fora com a chave na ignição.
Em investigação no local do acidente, testemunhas disseram à polícia que um casal com uma criança de colo havia saído do veículo. A polícia conseguiu imagens de câmeras de monitoramento que mostram o automóvel saindo da rua da comerciante, mas sem movimentação que indicasse furto. Além disso, as imagens mostram que, cerca de duas horas depois, entrou na rua da comerciante um casal com uma criança de colo, em direção à casa da dona do carro.
De volta ao local do acidente, a polícia localizou outra testemunha, que disse ter dado carona ao casal, que eles estavam assustados e que o rapaz comentou que o carro era de sua irmã.
A polícia intimou a comerciante e a família para testemunhar. Na delegacia, confrontada com as imagens obtidas pelos policiais, a comerciante mudou sua versão. Além disso, sua mãe disse que, após o acidente, seu filho chegou em casa assustado, dizendo que havia matado uma pessoa, mas que não tinha intenção.
A mãe orientou a filha a falar a verdade e ela acabou revelando que o Miguel pegou o automóvel sem contar para onde iria e voltou após o acidente relatando o ocorrido. A Polícia Civil ainda constatou que Miguel já estava foragido da Justiça por um homicídio na cidade de Mauá, em São Paulo.
Após as investigações sobre o acidente, e devido à fuga do local, a polícia vai pedir a prisão de Miguel pelo atropelamento e morte de uma das vítimas.