Uma mulher, de 33 anos, que denunciou ter sido estuprada por 12 homens, sendo 11 deles policiais militares, e depois engravidado alegou que os agentes supostamente teriam oferecido de R$ 20 mil a R$ 30 mil para que ela não registrasse o caso. O crime teria ocorrido no bairro Balneário Praia do Pernambuco, em Guarujá, litoral de São Paulo, em julho de 2023.
Mulher é vítima de estupro coletivo praticado por policiais militares
O suposto estupro teria acontecido durante uma festa. A mulher acredita ter sido dopada, pois tem apenas flashes do acontecido.
Os advogados Allan Kardec Campo Iglesias e Bruno Bottiglieri Freitas Costa, que representam a mulher, informaram em entrevista à ISTOÉ que ela não pretendia registrar o caso por temer represálias. Porém, em dezembro de 2023, descobriu que estava grávida e precisou relatar o ocorrido para conseguir a interrupção legal da gravidez, procedimento realizado no Hospital Escola Maternidade Cachoeirinha.
“Ela registrou o primeiro boletim de ocorrência na cidade de São Paulo fazendo um breve relato do ocorrido. Aconteceu que o boletim vazou e os policiais tomaram conhecimento, fazendo com que ela aditasse (completasse) este boletim pormenorizando os fatos por temer que ocorresse algo de mal com ela”, completaram.
Antes de interromper a gravidez, a mulher teria sido abordada por um policial militar por meio do WhatsApp. O agente, que não teve envolvimento com o suposto crime, conhecia ambas as partes e serviu como intermediário do grupo, que ofereceu uma proposta para “comprar o silêncio” dela. “Ela nunca recebeu nenhum valor, muito menos era a sua intenção receber”, afirmaram os advogados.
Nas mensagens, obtidas pela ISTOÉ, é possível ver que eles “fixaram o valor de R$ 20 mil”, sendo que “10 de cara (sic) e os outros 10 quando acabar”, em referência à conclusão do caso.
O caso agora é investigado pela DDM (Delegacia de Defesa da Mulher) do Guarujá. Caso sejam condenados, os envolvidos no caso pode ser enquadrados no crime de estupro de vulnerável, com pena de oito a 15 anos, de acordo com os advogados Allan Kardec e Bruno Bottiglieri.
O que diz a PM?
Por meio de nota enviada à ISTOÉ, a Polícia Militar informou que, por se tratar de um crime na esfera penal, a investigação é efetuada pela Polícia Civil. “No âmbito interno, está em instrução uma sindicância para apurar eventual envolvimento de policiais militares”, completou.
Já a SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo) comunicou que o caso foi registrado, no primeiro momento, na 1ª DDM da capital paulista. Depois, precisou ser transferido à DDM do Guarujá. Além disso, “foram requisitados exames sexológicos e médico para a vítima”.