Vitor Gurman, de 24 anos, foi morto em 2011, após ser atropelado por uma Land Rover, na Vila Madalena, cidade de São Paulo.

Após nove anos, a nutricionista Gabriela Guerrero Pereira, responsável pelo atropelamento, vai a julgamento, acusada de homicídio culposo. O Ministério Público afirma que a motorista dirigia a uma velocidade incompatível, entre 62 km/h e 92 km/h, sendo que as placas de trânsito na via indicavam que o máximo permitido eram 30 km/h.

A promotoria ainda diz que Gabriela estava sob efeito de álcool. O promotor Goiaci Leandro Júnior apresentou a denúncia à Justiça destacando que a pista estava seca e que não havia veículo, objeto, pessoas ou animais que pudessem ter atrapalhado a condução do veículo.

Inicialmente, o MP havia denunciado a nutricionista por homicídio doloso, alegando que, ao dirigir após beber, ela assumiu o risco de que poderia atropelar e matar alguém. A Justiça, no entanto, não aceitou a classificação.

A defesa de Gabriela, por sua vez, declarou que a nutricionista não estava embriagada e que o laudo informou que estava com todos os seus reflexos normais. “O laudo de constatação de embriaguez concluiu que Gabriela Guerrero estava absolutamente consciente, com todas as suas funções sensoriais em pleno funcionamento”, afirmou à Justiça o advogado José Luis Oliveira Lima.

José Luis ainda afirmou que Gabriela não estava em velocidade excessiva e que o laudo pericial teve como base elementos inexatos, o que resultou “em conclusões precipitadas”. “Os resultados obtidos pelos peritos não são confiáveis”, afirmou o advogado.

Em caso de condenação, Gabriela pode pegar uma pena de dois a quatro anos de reclusão. Como o atropelamento aconteceu na calçada, a pena pode ser aumentada em mais um terço. Jáa na área civil, Gabriela e o namorado, Roberto de Souza Lima, que era o dono do veículo e estava no banco do passageiro, já foram condenados a pagar uma indenização de cerca de R$ 1,2 milhão para a família de Vitor.