Juliana Soares, mulher brutalmente espancada pelo namorado em um elevador em Natal, sofreu lesões tão graves que o médico responsável pela cirurgia de reconstrução facial comparou a situação a de vítimas de acidentes de trânsito. “Era como se ela tivesse sofrido um acidente de moto, sem capacete”, afirmou o profissional ao programa Fantástico, da TV Globo.
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O caso aconteceu em 26 de julho. Câmeras de segurança de um condomínio registraram Juliana e Igor Eduardo Pereira Cabral aproveitando a piscina. Os dois se conheceram em uma academia, onde treinavam juntos todos os dias.
No mesmo dia em que as câmeras registraram os dois na piscina, outras imagens do condomínio captaram o casal discutindo dentro do elevador. De acordo com as investigações, ele teve uma crise de ciúmes, e a briga escalou para o espancamento.
“Ele foi para o elevador em que eu estava para tentar me convencer a sair de lá. E eu não saí porque eu sabia que, se eu saísse, não ia ter câmera para filmar”, relatou Juliana, acrescentando que, em seguida, ele disse que ela “ia morrer” e começou a lhe agredir.
Segundo a delegada do caso, as imagens são a “prova inquestionável da vontade de matar”. Ao todo, Juliana levou “61 socos violentíssimos na cabeça e no rosto” e o espancamento durou 34 segundos. “Foi do décimo sexto até o térreo. Ele me esmurrando sem parar“, disse a vítima.
Depois da violência, um morador do local viu Juliana ensanguentada e acionou a polícia. Além disso, o porteiro do condomínio ligou para o 190, relatando que Juliana estava “bem ensanguentada”. Em seguida, policiais militares levaram Igor para a delegacia.
No dia seguinte, policiais da Delegacia da Mulher foram ao hospital onde a vítima estava internada. Sem condições de falar, ela só conseguia se comunicar por gestos. Então, uma policial forneceu caneta e papel, e Juliana escreveu uma declaração crucial: “Eu sabia que ele ia me bater. Então não saí do elevador. E ele começou a me bater e disse que ia me matar”.
Com base nas provas, o juiz decretou a prisão preventiva do agressor. Na última sexta-feira, dia 31, ele foi transferido para um presídio em Natal. De acordo com a delegada do caso, ele vai responder por tentativa de feminicídio.
A vítima passou por um procedimento de reconstrução facial em um hospital público. Apesar da seriedade, o risco de sequelas neurológicas foi descartado. A recomposição funcional e estética do rosto de Juliana será acompanhada pelos médicos.