Rio – A Polícia Civil faz, desde as primeiras horas da manhã desta quinta-feira, uma operação para prender suspeitos de envolvimento no sumiço das armas usadas nos assassinatos da vereadora Marielle Franco (Psol) e do motorista Anderson Gomes. Dentre os alvos da Operação Submersus, como foi chamada, estão a esposa e um cunhado do PM reformado Ronnie Lessa, apontado como um dos autores do crime, Elaine Pereira Figueiredo Lessa, e Bruno Pereira Figueiredo, respectivamente.
O próprio PM, que está preso em um prisão federal em Porto Velho, em Rondônia, é um dos alvos da operação; além de José Márcio Mantovano, o Márcio Gordo, e Josinaldo Lucas Freitas, o Di Jaca.
Os cinco são acusados de ter ocultado armas da quadrilha, dentre elas possivelmente a submetralhadora HK MP5 que teria sido usada para matar Marielle e Anderson.
Até o momento, foram cumpridos os mandados contra Ronnie, a irmã (Elaine Lessa), Márcio Gordo e Di Jaca. Eles vão responder pelos crimes de obstrução de justiça, porte de arma e associação criminosa.
Alem das prisões, também estão sendo cumpridos 20 mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos suspeitos no Centro do Rio e nas zonas Sul e Oeste.
Os cinco alvos:
. Ronnie Lessa: preso em RO
. Elaine Lessa: preso
. Márcio Montavano: preso
. Josinaldo Freitas: preso
. Bruno Figueiredo: procurado
ARMAS JOGADAS NO MAR
De acordo com as investigações do caso, que estão sendo feitas pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), o grupo teria posto em prática o plano de jogar as armas nas águas da Barra da Tijuca, próximo às Ilhas Tijucas, sob o comando de Elaine Lessa. O armamento foi lançado ao mar dois dias depois das prisões de Ronnie e do ex-PM Élcio de Queiroz (outro apontado como autor do crime), na madrugada do dia 13 de março.
Segundo o Ministério Público estadual (MPRJ), na ocasião, um carro com quatro ocupantes tentou entrar no imóvel alugado por Ronnie na Rua Professor Henrique da Costa, no Pechincha, para retirar seus pertences do local. Os ocupantes do veículo foram impedidos de entrar no prédio pela administração do condomínio.
Em depoimento à DHC, um pescador revelou que foi contratado por um homem, identificado depois como Di Jaca, recebendo R$ 300 para levá-lo ao local onde “fuzis e pequenas caixas”, que estavam em uma mala e em uma caixa, fossem jogadas próximas às Ilhas Tijucas.
Com o auxílio de mergulhadores do Corpo de Bombeiros e da Marinha, foram realizadas buscas no local, mas nada foi encontrado. A grande profundidade e as águas muito turvas dificultaram o trabalho.
No mesmo dia da prisão de Ronnie, o MPRJ cumpriu um mandado de busca e apreensão em outro endereço ligado a Ronnie, no Méier, apreendendo grande material bélico e centenas de peças para montagem de armas de fogo de grosso calibre, armazenadas em caixas de papelão.