A gerente Janaína Oliveira, de 39 anos, moradora de Brusque (SC) – cidade que fica a cerca de 105 quilômetros da capital catarinense – descobriu um câncer de linfoma após sentir um caroço na axila enquanto tomava banho em novembro de 2021. Depois do diagnóstico, a mulher descobriu que a enfermidade era consequência de uma prótese de silicone que ela havia colocado nos seios.

Ao “G1”, a mulher relatou que a doença, considerada rara, apareceu nove anos e oito meses após o implante ser colocado. Janaína passou por mais de 30 sessões de quimioterapia pelo fato de a enfermidade voltar constantemente. Após a prótese de silicone ser retirada, o linfoma não retornou mais. Ao final, ainda foi necessário um transplante de medula óssea.

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Em contato com site IstoÉ, o cirurgião plástico Fernando Amato, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, explica que é necessário realizar um acompanhamento com a prótese de silicone para verificar a integridade do implante. “Veja se tem a formação de uma cápsula e se ela é patológica, está espessa, deformando a mama, gerando dor, se tem líquido ao redor do implante, inchaço e vermelhidão, esses são sintomas que podem aparecer”, elenca o médico.

De acordo com Amato, exames de ultrassom, mamografia e ressonância magnética podem diagnosticar alguma alteração. “Quando há líquido, este deve ser mandado para estudos. Existem algumas alterações de marcadores que podem indicar a possibilidade de um linfoma”, esclarece Amato.

Segundo Janaína Oliveira, a relação entre o silicone e a doença foi descoberta no Cepon (Centro de Pesquisas Oncológicas, em Florianópolis (SC). A mulher relatou que foram identificados marcadores por meio de exames e, assim, foi necessária a remoção do implante.

“Por estar relacionado ao silicone e sua cápsula, o tratamento deve conter a retirada do implante e da cápsula. Pode envolver quimioterapia e radioterapia”, pontua o cirurgião plástico, ressaltando que é comum a confusão do linfoma causado pelo silicone com o de Hodgkin, sendo necessária uma análise histológica da doença para determinar a diferença.

“O tratamento do linfoma muitas vezes começa com a quimioterapia e não tem a cirurgia, por isso há alteração neste caso, um diagnóstico que foi resolvido com a retirada do implante”, comenta Amato.