Bruna Narcizo e Thaís Botelho Foto AgNews ?Ninguém nasce mulher; torna-se mulher?, a célebre frase de Simone de Beauvoir do livro O Segundo Sexo não foi escrita com essa intenção, mas talvez reflita o sentimento de Lea T. Há cerca de um mês ela finalmente se tornou a mulher que sempre quis ser, depois de uma cirurgia de redesignação sexual. O procedimento, popularmente conhecido como mudança de sexo, foi feito em um hospital na Tailândia, onde ela ainda se recupera. O renascimento, termo utilizado por transexuais, foi ao lado da mãe Rosa Helena Medeiros, das irmãs Luana e Lorena e do irmão Gustavo. A falta do pai, o ex-jogador de futebol, Toninho Cerezo não se refere a nenhum tipo de problema no relacionamento. O patriarca não pode acompanhar de perto, simplesmente, porque ?Estava trabalhando?, garantiu o atual técnico do Vitória. Nascida Leandro Medeiros Cerezo em Belo Horizonte, ela foi para a Itália com apenas 1 ano quando o pai foi vendido para o time de futebol AS Roma em 1983. Cresceu e foi criada no país europeu. O ex jogador é carinhoso ao falar da filha ?O que me importa é vê-la feliz?, diz. O irmão Gustavo confirma o momento de realização da irmã. “Ela está muito feliz, se recuperando bem. É a realização de um sonho para ela”, falou a Gente. Lea escolheu a Tailândia para a redesignação. O país asiático é a primeira opção para muitos transexuais. “Começaram bem antes lá, mas o procedimento é totalmente diferente do que é feito no Brasil”, explica o Dr. Jalma Jurado, cirugião-chefe do Departamento de Cirurgia Plástica da Faculdade de Medicina de Jundiaí, em SP. No Brasil a operação custa em torno de R$25 mil. Agora Lea T. deve ingressar com ação de alteração de registro de nascimento quanto ao nome e ao sexo, que deve ser feito no país de nascimento. ?Ainda não existe lei específica sobre o assunto?, explicou Tereza Rodrigues Vieira, advogada em São Paulo em casos de mudança de nome e mudança de sexo. Tereza foi a responsável pelo processo de Roberta Close em 2005. Para dar entrada na ação, a pessoa precisa enviar os pareceres médicos e psicológicos. ?O juiz é quem decide. Para o judiciário não basta querer ser homem ou mulher, tem que parecer homem ou mulher. Por isso as cirurgias?, contou. A recomendação atual do STJ (Supremo Tribunal de Justiça) é que não conste nada sobre a mudança de sexo na certidão, apenas no livro de registro do cartório. Siga Gente no Twitter!