Provavelmente você já ouviu falar sobre o BDSM (bondage, dominação, disciplina, submissão, sadismo e masoquismo), mas o que você não imagina é que os não praticantes têm muito a aprender com esse tipo de performance, principalmente as mulheres.

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Para mostrar que o BDSM pode ajudar a se conhecer melhor e aproveitar ainda mais os relacionamentos, conversamos com Mistress Mahara (@ms.mahara no Instagram), uma dominatrix, influenciadora e educadora fetichista. Segundo ela, o interesse sobre o assunto vem da vontade de expandir as percepções de prazer de quem a acompanha nas redes sociais. 

“Também tenho como objetivo quebrar tabus e mostrar todo o meu posicionamento com relação a vários pontos muito importantes que impedem a maioria das pessoas de vivenciarem o próprio corpo como ‘ferramenta que está ao seu favor’, explorando todo o seu potencial de prazer além da genitalidade”, explica. 

De acordo com a dominatrix, o que muitas pessoas vanillas – os não adeptos do BDSM, que se satisfazem com um sexo convencional – acham é que a prática só envolve dor ou sexo propriamente dito. “Na verdade existem milhares de outras práticas, que exploram jogos sensoriais (sentidos, temperaturas etc.), criação de personagens (a fim de fantasiar um jogo), disciplina de poder, bondage (restrição com algemas, cordas etc.) e várias outras formas de explorar prazeres físicos e mentais”, conta. 

E pasme: Mahara diz que muitos daqueles que são praticantes do BDSM podem chegar ao orgasmo sem o sexo. “O prazer com a maioria das práticas pode ser tão intenso, que o sexo muitas vezes se torna desnecessário em sua dinâmica simplista (penetração, sexo oral e masturbação). Além disso, o sexo convencional pode não alcançar o tempo de excitação e o ápice de sensações prazerosas que os jogos do BDSM podem causar.”

Mas como isso pode ajudar uma mulher a se conhecer melhor e aproveitar ainda mais os momentos íntimos, tanto sozinha quanto acompanhada? Como Mahara disse, a prática explora muito mais do que um órgão genital. “Conheço muitas mulheres que mostraram que, só pelo fato de começarem a explorar mais sobre este universo, tiveram como resultado não apenas novas percepções de prazer, mas tornaram- se mulheres mais exigentes na escolha dos seus parceiros(as)”, revela. 

“Elas passaram a entender mais sobre o próprio corpo, fazendo com que o olhar sobre si fosse de valorização e admiração, estabeleceram um vínculo maior com o seu par, diminuindo o ciúme. Passaram a julgar menos, viver mais, ter menos inseguranças e, consequentemente, alcançando um posicionamento muito mais assertivo em todos os âmbitos da vida”, completa a dominatrix. 

É importante ressaltar que tudo que vem do BDSM lida com ética, respeito, responsabilidade, confiança, corpo como ferramenta a nosso favor, diversidade e prazer absoluto. “Isso certamente faz toda diferença na autoestima dessas mulheres.”

O que mais chama a atenção nas mulheres que praticam o BDSM é justamente a autoestima, segundo Mahara. “Quanto mais alguém conhece sobre si e explora novos posicionamentos, associando também aos seus valores, mais passa a se olhar de forma diferente, mais certeza tem do que vai apoiar, explorar e concordar ou não. E isso influencia de forma direta na hora de se relacionar intimamente, socialmente e até profissionalmente”, afirma.

Para ela, conhecimento é poder. “Eu transmito conhecimento, justamente para incentivar novas perspectivas de olhar e posições, que trazem impacto direto na autoconfiança e qualidade de vida das pessoas”, finaliza.