Viralizou nas redes sociais uma carta escrita por Anitta para sua mãe, Miriam Macedo. No texto, feito pela cantora quando ainda era criança, ela pede atenção à matriarca e diz que ela favorecia o seu irmão, Renan Machado.
“Mãe, queria que você me desse mais atenção. Quando você vai dormir, dá mil beijos no meu irmão e me dá só um abraço. Fala para ele que ele é lindo, maravilhoso, que ele é seu gato e lindo, e fala que eu estou normal”, inicia.
Assinando como Larissa de Macedo Machado, seu nome verdadeiro, Anitta ainda diz: “Briga só comigo e não briga nem um pouco com ele. Você deixa eu fazer tudo, diz que eu sigo mais o seu exemplo e fala na frente de todo mundo que eu sou bagunceira e que eu encho o seu saco”.
“E eu aqui falo (sic) que você é linda e falo que você parece que tem 20 anos, mas você tem 42”, finaliza a cantora, com um “eu te amo”.
A carta foi publicada no Instagram por Anitta em 2015, com a legenda: “Será que eu era dramática?”.
Fiz algumas correções de concordância e pontuação para melhorar a fluidez do texto, mas mantive o conteúdo original.
No documentário, a carta de Larissa (Anitta) para sua mãe, escrita quando era criança, pede carinho mais atenção e amor. pic.twitter.com/ymNeJOXFJJ
— Anitta Portugal (@anittaportugapt) March 5, 2025
Recentemente, Anitta compartilhou com seus seguidores uma descoberta que impactou profundamente sua vida pessoal. A cantora revelou que a leitura do livro Uma Nova Mulher – Curando a Conexão Mãe e Filha, de Lari Pedrosa, foi um divisor de águas em sua relação com a mãe.
“Eu li esse livro no ano passado e ele mudou a minha vida e a minha relação com a minha mãe. É algo absurdo”, declarou Anitta em uma série de vídeos no Instagram.
A obra, escrita por Lari Pedrosa, explora a complexidade da relação entre mães e filhas, combinando histórias reais, reflexões e técnicas terapêuticas baseadas na Constelação Familiar de Bert Hellinger. A terapeuta utiliza cartas, poemas e meditações para ajudar as leitoras a ressignificarem essa conexão essencial em suas vidas.
Um reencontro com a própria história
Ao saber da experiência de Anitta com seu livro, a escritora e terapeuta Lari Pedrosa se emocionou. “A menina olha para a mãe com os olhos de quem anseia por pertencimento. Em cada gesto, busca um sinal de aceitação, um reflexo de si naquele olhar materno”, refletiu em conversa com IstoÉ Gente.
“Toda vez que chegava alguma amiga e eu estava lendo, eu pegava o livro e dava para ela. Aí comprava outro para mim, voltava a ler, chegava mais uma amiga e eu dava de novo. Até que comprei cinco exemplares de uma vez e distribuí. Depois, precisei comprar mais uma leva porque já não tinha nenhum comigo”, contou.
Para Lari Pedrosa, essa conexão profunda com a obra tem um significado especial. “Ao ler a carta de Larissa (Anitta) para sua mãe, fui tomada por uma emoção profunda. Logo me veio à lembrança o início do meu livro, onde entreguei minhas palavras à minha própria mãe. Foi como se, ao ler meu livro, Larissa tivesse reencontrado sua carta e decidido trazê-la à vida na tela, resgatando memórias da infância, cicatrizes e afetos que a moldaram como mulher.”
A escrita como ferramenta de cura
A abordagem terapêutica da escrita de cartas, utilizada por Lari Pedrosa em seu trabalho clínico, também se revelou transformadora para Anitta. “Escrever é abrir uma porta para o inconsciente, permitindo que memórias esquecidas ou reprimidas venham à tona. Muitas mulheres, ao escreverem, acessam dores que não sabiam nomear e sentimentos que nunca puderam expressar”, explicou a autora.
Essa jornada de autoconhecimento e cura ressoou com o que a cantora viveu ao longo da leitura. Para Anitta, compreender melhor sua relação com a mãe foi um passo essencial para sua evolução pessoal. “Talvez essa seja uma das dores do crescimento: perceber que nem sempre esse olhar materno vem como esperamos. Mas quando vem, quando acontece, é como um sol iluminando a alma da menina que, enfim, pode se tornar uma nova mulher”, finalizou Lari Pedrosa.