Mudanças na Globo: Avenida Brasil 2, Senhora do Destino e a revelação de Cauã Reymond

Coluna: Matheus Baldi

Mineiro, Matheus Baldi é jornalista e apresentador, com passagens por UOL, SBT, Record e Band. Com mais de 4 milhões de seguidores nas redes sociais, já ultrapassou os 2 bilhões de visualizações em seus vídeos na internet. Diariamente, Matheus compartilha sua visão apurada e informações exclusivas sobre os bastidores do show business.

Mudanças na Globo: Avenida Brasil 2, Senhora do Destino e a revelação de Cauã Reymond

Emissora carioca muda a rota e decide apostar na continuidade de suas novelas de sucesso

Mudanças na Globo: Avenida Brasil 2, Senhora do Destino e a revelação de Cauã Reymond
Mudanças na Globo: Avenida Brasil 2, Senhora do Destino e a revelação de Cauã Reymond Foto: Reprodução/montagem Globo

A continuação de uma das novelas mais marcantes da história da teledramaturgia brasileira pode, enfim, sair do papel. ‘Avenida Brasil’, escrita por João Emanuel Carneiro, está nos planos da TV Globo e deve ganhar “continuação”. O formato vem sendo estudado há meses como alternativa aos remakes tradicionais.

Em julho, a Coluna Matheus Baldi revelou com exclusividade que a ideia de produzir Avenida Brasil 2 surgiu após o desempenho abaixo do esperado do remake de ‘Vale Tudo’. A recepção do público e as críticas a algumas mudanças introduzidas por Manuela Dias no roteiro original acenderam um alerta na cúpula da emissora: o público até quer revisitar histórias queridas, mas não aceita alterações bruscas em personagens, arcos e memórias afetivas que marcaram suas vidas.

A aposta é que as continuações conseguem preservar o vínculo afetivo com a obra e, ao contrário do que o público espera de remakes, elas permitem atualizar a narrativa sem romper com a essência das personagens nem com o enredo original. É um modelo inspirado no formato das séries e franquias do cinema, que exploram novas fases de personagens consagrados sem quebrar aquilo que os tornou icônicos.

Avenida Brasil teve média de 38,7 pontos no IBOPE e chegou a 56 pontos no último capítulo, sendo vista por mais de 50 milhões de pessoas por dia. O folhetim foi exportado para mais de 130 países e virou referência internacional no conceito de telenovela moderna. Retomar esse universo, com a possibilidade de inserir novos personagens e dilemas contemporâneos, sem romper com o DNA original, pode ser uma forma potente de equilibrar inovação com legado.

Fontes ouvidas pela Coluna indicam que o projeto é tratado internamente com cautela, mas há entusiasmo pela possibilidade de reunir o elenco original. De acordo com a colunista Carla Bittencourt, Murilo Benício e Adriana Esteves já estariam reservados para reprisar Tufão e Carminha, personagens que se tornaram ícones da TV brasileira. E, em meio aos rumores sobre a escalação, a Coluna traz uma informação exclusiva: Cauã Reymond, o intérprete de Jorginho, ainda não foi procurado pela Globo para participar da nova versão.

Em conversa com o titular desta Coluna, Cauã afirmou que está acompanhando as notícias “pela internet, como todo mundo”, mas reforçou o carinho pelo projeto. “Sou fã do texto do João Emanuel Carneiro e torço para que o projeto dê certo, embora seja um desafio enorme mexer em uma obra tão querida pelo público”, disse o ator.

Nos bastidores da emissora, o entusiasmo com Avenida Brasil 2 vem acompanhado de novos planos. A Coluna Matheus Baldi apurou que, caso a continuação seja bem-sucedida, tanto em repercussão quanto em audiência, a direção da Globo pretende iniciar conversas com o autor Aguinaldo Silva para avaliar uma sequência de ‘Senhora do Destino’, outro fenômeno da teledramaturgia brasileira.

A novela de 2004, protagonizada por Susana Vieira e eternizada pela vilã Nazaré Tedesco, vivida por Renata Sorrah, é lembrada como um dos maiores sucessos da história recente da Globo. Uma continuação poderia atualizar os dramas familiares e as tensões que marcaram a trama, aproveitando o potencial nostálgico do público que acompanhou o folhetim original.

Pessoas ligadas ao núcleo de teledramaturgia da emissora defendem que, ao criar “temporadas” e universos expandidos de novelas, a Globo ganha liberdade para modernizar discursos, inserir novos temas e desenvolver personagens com mais profundidade, sem correr o risco de comparações diretas com as versões originais.

Entre ajustes e experimentações, a emissora vem testando um novo modelo de criação: o de novelas-continuidades, pensadas como séries dramáticas em capítulos longos, mas com o DNA de emoção e popularidade que o público reconhece.

A Globo está ouvindo o público, analisando dados com atenção e testando alternativas que respeitem a memória afetiva da audiência sem abrir mão de inovar. Parece um caminho interessante, inclusive, ao valorizar nomes consagrados da TV.

O segredo pode estar nesse equilíbrio de olhar para o passado, com os pés em direção ao futuro, afinal, poucas coisas são tão brasileiras quanto uma boa novela.