PEQUIM, 10 AGO (ANSA) – A tentativa de demolição da grande mesquita da cidade de Weizhou, na região autônoma Hui Ningxia, tem provocado protestos de milhares de representantes da minoria étnica muçulmana Hui. As autoridades afirmam que o local não recebeu permissão para ser construído e, portanto, seria demolido nesta sexta-feira(10). No entanto, não foi possível realizar a operação porque diversos fiéis estão reunidos na mesquita desde ontem(9).   

O impasse teve início no dia 3 de agosto, quando as autoridades locais publicaram um aviso de que o templo seria “demolido à força”, uma vez que não haviam recebidos as licenças de planejamento e construção necessárias.   

O anúncio foi compartilhado nas redes sociais e ganhou intensa repercussão entre a comunidade muçulmana Hui. De acordo com o jornal “South China Morning Post”, as pessoas questionaram por que as autoridades não embargaram a obra durante sua construção, já que levou dois anos para ser concluída. A polêmica surge numa altura em que o Partido Comunista Chinês (PCC) tem sido acusado de oprimir a liberdade religiosa entre os mais de 20 milhões de muçulmanos chineses.   

Na região do Xinjiang, também no noroeste do país, milhares de membros uigures, que cultivam diferenças históricas em relação aos chineses, com idioma e identidades à parte, estariam detidos em “campos de reeducação”. Hoje, a representante do Comitê de direitos humanos da ONU, Gay McDougall, informou que há relatos de que a China está mantendo o grupo em “campos políticos para doutrinação”.   

Segundo ela, Pequim “transformou a região autônoma em algo que se assemelha a um campo de concentração maciço”.   

Grupos de direitos humanos, incluindo a Anistia Internacional e a Human Rights Watch, apresentaram relatórios ao comitê da ONU documentando alegações de prisão em massa, em campos onde os presos são forçados a jurar lealdade ao presidente da China, Xi Jinping. No entanto, o governo chinês nega a existência desses campos. (ANSA)