A modelo Kellyne Siqueira, de 29 anos, denunciou o dono de uma agência de modelos por assédio, em Campo Grande (MS). De acordo com a jovem, o fotógrafo, responsável pela empresa, manteve a câmera de um notebook ligada e posicionada para o local onde as trocas de roupas eram realizadas.

Nas redes sociais, a modelo, com 10 anos de carreira, contou que mantinha parceria com a agência denunciada há pelo menos seis anos. Segundo Kellyne, as fotos foram feitas em um estúdio que fica em uma sala da agência.

“Observei um detalhe, tinha um notebook ali perto de onde a gente troca de roupas. Ele estava ligado, tocando música, até aí ok, a gente sempre toca durante ensaio. Daí eu observei um detalhe, do lado da câmera, tinha uma luz verde ligada, desconfiei na hora”, explicou a jovem.

Desconfiada, a modelo contou que decidiu mexer no notebook. “Não deu outra. Abri a barrinha, tinha um ícone de câmera e, assim que eu cliquei, apareceu uma tela com a minha ‘cara’. Por que? Estava sendo gravado. Isso mesmo, desde a hora que eu cheguei, era uma gravação de uma hora e pouco, deu para ver o dono da agência ajeitando a câmera, saindo e, logo após, eu chegando, entrando no estúdio, as trocas de roupa. Estava tudo nessa gravação”, detalhou Kellyne.

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Conforme a modelo, com a ajuda da irmã, que acompanhava o ensaio, ela gravou com o celular a tela do notebook com a filmagem. Depois ela ligou para a assessora dela, que acionou a Polícia Militar. “Eles chegaram muito rápido, deu tempo apenas de fazer mais uma troca de roupa e umas três fotos. A sensação era de estar sendo salva”, disse.

Kellyne, a filha dela, a irmã e também o dono da agência foram encaminhados à Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher. O caso foi registrado como registro não autorizado da intimidade sexual. As imagens gravadas pela vítima também foram entregues à polícia.

Segundo a modelo, na delegacia, o dono da agência chegou a justificar que as imagens seriam usadas no making-off. “Alguém já viu um “making of” nesse estilo câmera escondida?”, questionou a modelo nas redes sociais.

Procurado pela reportagem do G1, o proprietário da agência de modelos denunciada por Kellyne não retornou o contato.