Em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, a Polícia Civil investiga uma nova modalidade de estelionato e extorsão, que ficou conhecida como o “golpe da novinha”.

As vítimas do golpe são médicos, advogados, profissionais liberais e comerciantes, sendo que um deles teve o prejuízo de R$ 30 mil.

A investigação teve início do mês de setembro deste ano e, segundo as autoridades, os golpistas conseguem telefones das vítimas por meio de anúncios ou até mesmo tendo acesso ao cartão de visitas. Depois, iniciam uma conversa via WhatsApp, no qual a foto de perfil é sempre de uma mulher jovem e bonita.

“Se é um comerciante, por exemplo, manda mensagem dizendo que o viu em um balcão e dizem: Me desculpe a ousadia, mas, você é muito bonito. Da mesma forma, iniciaram a conversa com médicos, profissionais liberais, advogados, enfim pessoas que tem o número de telefone público porque o usam no trabalho. Em seguida, a suposta jovem se apresenta, diz que está precisando de um emprego e inicia a conversa”, contou ao G1 o delegado Mikail Faria.

Conforme a conversa vai progredindo, a “mulher” utilizada pelos golpistas envia fotos nuas. “Nós acreditamos que eles pegam fotos de mulheres bonitas, mas, não muito fora da realidade. É uma foto factível e não de uma ucraniana, por exemplo. E também que não dê para perceber que é uma pessoa que não é do Brasil e nem de Campo Grande”, disse o delegado.

Depois de um período conversando com as vítimas, o golpista pede um nude de volta para a pessoa. “Alguns acabaram mandando e outros não, mas, tiveram muita conversa comprometedora, dizendo que vai ficar com a pessoa, que vai pegá-la. A partir daí, começa a chantagem. São homens de meia idade, com boa condição financeira, que normalmente são casados, tem algum compromisso, reputação a zelar ou até mesmo, por questões religiosas, morais e políticas, não poderiam estar saindo com uma moça muito mais jovem”, explica Mikail Faria.

O prejuízo para as vítimas tem variado de R$ 5 a R$ 30 mil, e a polícia orienta para que, quem caiu no golpe, se encaminhe até o 1° Distrito de Polícia, na região de Campo Grande, para registrar o boletim de ocorrência. Até o presente momento, nenhum golpista foi identificado.