O Ministério Público do Trabalho no Distrito Federal (MPT-DF) pediu o afastamento imediato de Sérgio Camargo da presidência da Fundação Palmares pela prática de assédio moral. A Ação Civil Pública, ajuizada na sexta-feira (27), também requer que a “Fundação Palmares não permita, submeta ou tolere a exposição de trabalhadores a atos de assédio moral praticado por qualquer de seus gestores”.

Na ação, o MPT pede ainda um diagnóstico do meio ambiente psicossocial do trabalho, realizado por profissional da área de psicologia social, no prazo de 180 dias. Camargo foi denunciado por danos morais coletivos. Os procuradores pediram indenização no valor de R$ 200 mil, a serem pagos de maneira solidária.

Conforme o MPT, as investigações contra o presidente da Fundação Palmares levaram cerca de um ano. Durante esse período, os procurados ouviram  16 depoimentos, entre ex-funcionários, servidores públicos concursados, comissionados e empregados terceirizados.

Segundo o procurador Paulo Neto, autor da Ação Civil Pública, a investigação concluiu que há perseguição político-ideológica, discriminação e tratamento desrespeitoso por parte de Camargo.

Ainda de acordo com o procurador, os fatos apurados comprovam que Sérgio Camargo persegue os trabalhadores que ele classifica como “esquerdistas”, promovendo um “clima de terror psicológico” dentro da instituição.

Para definir quem são os “esquerdistas” da Fundação Palmares, Camargo monitora as redes sociais dos trabalhadores e até mesmo associa o tipo de cabelo com aparência típica de “esquerdista”.

“Os relatos colhidos pelo MPT também confirmam o uso recorrente de palavrões e tratamento grosseiro contra os subordinados. A situação resultou no desligamento até mesmo de servidores concursados, que pediram para sair da Fundação em virtude do clima instalado a partir da chegada de Sérgio Camargo à presidência”, informou o MPT.