O Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP) solicitou à Justiça que determine a falência da empresa de Produtos Alimentícios Nacionais (Pan), que ficou conhecida por comercializar os “cigarrinhos” de chocolate. As informações são do colunista Rogério Gentile, do UOL.
A empresa, que foi fundada no ano de 1935 em São Caetano do Sul (SP), criou os “cigarrinhos” de chocolate para que as crianças pudessem imitar o hábito de fumar dos adultos. O que era considerado um ato de elegância naquela época.
A caixa vendida pela Pan, que lembrava um maço de cigarros, continha a fotografia de um menino segurando o doce como se estivesse fumando.
Nos anos 90, o Ministério da Saúde proibiu que a empresa continuasse a usar as imagens de crianças nas embalagens, já que o cigarro começou a ser tratado como o grande vilão da saúde pública. Por esse motivo, a Pan mudou o nome do produto para “Rolinhos de Chocolate”.
Por conta da pandemia de Covid-19, em 2021, a empresa não conseguiu pagar as suas dívidas de cerca de R$ 209 milhões. Com receio de falir, a Pan entrou com um pedido de recuperação judicial.
No entanto, o promotor Júlio Sérgio Abbud considerou que a empresa não tem condições de manter as suas atividades e, por isso, pediu à Justiça a sua falência. “A empresa é contumaz devedora do Fisco e se mostra desidiosa (negligente) no pagamento dos débitos fiscais existentes”, afirmou à Justiça.
A defesa da empresa alegou no processo que uma perícia concluiu a sua viabilidade e afirmou que não é uma “devedora contumaz”, pois sua inadimplência foi causada por “dificuldades econômicas severas, que foram agravadas pela pandemia do coronavírus”.
A Pan também relatou que procurou negociar parcelamentos e ofereceu bens como garantias de que iria regularizar as suas dívidas. Ressaltou que outras empresas estariam interessadas em fazer fusões ou aquisições.
Mesmo assim, a Procuradoria-Geral do Estado de São Paulo disse à Justiça que a Pan “falta com a verdade”, pois as suas dívidas continuam abertas e “sem busca concreta de equacionamento”.
O pedido de falência ainda não foi analisado pela Justiça, porque o juiz Marcello Perino estabeleceu um prazo para que a Pan apresente um novo plano de pagamento aos seus credores.