O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) denunciou nesta quinta-feira (14) dois policiais civis suspeitos de envolvimento na morte de Omar Pereira da Silva, durante uma operação policial no Jacarezinho, no Rio de Janeiro (RJ), em maio.
De acordo com o MPRJ, um dos denunciados é acusado de homicídio doloso e fraude processual. O outro agente é acusado pelo crime de fraude processual.
Conforme o MPRJ, um dos agentes é acusado de atirar em Omar no interior de uma casa na Travessa São Manuel. Segundo a denúncia, a vítima estava encurralada em um dormitório infantil, desarmada e já baleada no pé quando foi morta.
Na sequência, o policial responsável pelos disparos e outro agente retiraram o cadáver do local antes da perícia. A dupla é acusada ainda de inserir uma granada no local do crime e, no momento de registro da ocorrência, apresentaram uma pistola e um carregador, alegando falsamente terem sido recolhidos junto à vítima.
Além da denúncia oferecida junto ao 2º Tribunal do Júri da Capital, a promotoria também requer o afastamento dos policiais de suas funções públicas, no que diz respeito a participação em operações policiais.
MP apura ação no Jacarezinho
A operação da Polícia Civil do Rio de Janeiro na favela do Jacarezinho, em 6 de maio, deixou 28 mortos, sendo 27 moradores e um policial. Após a ação, o MPRJ criou um força-tarefa para apurar denúncias de abuso de força policial e de alteração dos locais das mortes.
Moradores da favela afirmaram que, em alguns casos, homens foram mortos depois de presos ou após se renderem. Os locais das mortes foram “desfeitos”, com remoção dos mortos. Móveis foram revirados pelos policiais. Essa ação prejudicou a realização de perícias.
De acordo com os promotores de Justiça responsáveis, os eventuais crimes investigados durante a referida operação estão sendo analisados caso a caso, a partir dos respectivos locais onde ocorreram, suas circunstâncias, com os respectivos laudos e as respectivas testemunhas.
