O Ministério Público Federal (MPF) no Rio de Janeiro instaurou inquérito civil público com objetivo de fiscalizar as ações decorrentes da intervenção federal no estado. Os procuradores querem checar a regularidade dos procedimentos policiais decorrentes da aplicação da Garantia da Lei e da Ordem (GLO) pelos militares. A informação foi divulgada hoje (14) pelo MPF.

Os procuradores já solicitaram uma reunião urgente com o interventor, general Walter Souza Braga Netto, para tratar do assunto. O MPF tem poder legal de acompanhar o desenrolar do processo.

“É nosso dever indeclinável acompanhar e fiscalizar a execução e o andamento destas medidas. Evidentemente, os aspectos estratégicos, táticos e operacionais correlatos são atribuições do interventor e responsabilidade dele e de seus comandados. Mas não se pode dizer que a situação é de normalidade”, afirmou o procurador da República Eduardo Santos de Oliveira Benones em nota do MPF.

Segundo ele, direitos e garantias não foram suprimidos, cabendo ao MPF atuar preventivamente, colaborando no que for possível, cobrando e responsabilizando por eventuais excessos e abusos.

“Assim, é necessário haver transparência, dialogo e prestação de contas. Não restam dúvidas de que o crime organizado, no atual estado das coisas, configura, entre outras mazelas, uma contestação a soberania nacional. A nenhum de nós interessa o cenário de terra arrasada. Mas o desafio do Estado brasileiro é combater e prender bandidos que vivem ou se escondem entre pessoas de bem”, declarou o procurador.

O Gabinete de Intervenção Federal foi procurado pela Agência Brasil para se pronunciar sobre o assunto, mas até a publicação desta matéria ainda não havia se manifestado.