03/07/2020 - 10:51
SÃO PAULO, 03 JUL (ANSA) – O senador e ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB) foi denunciado nesta sexta-feira (3) pelo Ministério Público Federal (MPF) por suspeita de lavagem de dinheiro. A filha do político, Verônica, também é alvo da Operação Lava Jato.
De acordo com o MPF, a empreiteira Odebrecht pagou por volta de R$ 4,5 milhões para Serra entre os anos de 2006 e 2007, supostamente para o político de 78 anos usar a quantia em suas campanhas ao governo de São Paulo. Além disso, a empresa também encaminhou cerca de R$ 23 milhões, entre 2009 e 2010, com o objetivo de liberar créditos com a Dersa.
Ainda segundo a nota divulgada pelo MPF, Serra usou o seu “cargo e influência política para receber pagamentos indevidos em troca de benefícios relacionados às obras do Rodoanel Sul”. Os depósitos teriam sido feitos através de contas no exterior.
A construtora brasileira explicou em um comunicado que está “comprometida com atuação ética, íntegra e transparente”. Além disso, afirmou que colaborará com a Justiça no caso.
Verônica também foi denunciada pelo MPF por lavagem de dinheiro.
Segundo a investigação da Lava Jato, ela e o empresário José Pinto Ramos, amigo de Serra, tiveram empresas fora do Brasil e por meio delas receberam os pagamentos que a Odebrecht enviou ao político, que na época era governador de São Paulo.
O MPF explicou que Ramos e Verônica fizeram “numerosas transferências para dissimular a origem dos valores”, tendo mantido em uma conta offshore que era “controlada, de maneira oculta, por Verônica” até o fim de 2014.
A investigação apontou que o relacionamento entre Serra e Odebrecht durou “muitos anos”. A relação entre o político e a empresa acontecia por meio de Pedro Augusto Ribeiro Novis, executivo da Braskem. A Polícia Federal cumpriu nesta sexta-feira (3) oito mandados de busca e apreensão nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro.(ANSA)