O MP-SP (Ministério Público de São Paulo) promoveu na quinta-feira, 12, o arquivamento do inquérito da Polícia Civil que investigava supostos desvios e fraudes praticados por Everton Cesar Ribeiro, diretor financeiro da Bola de Neve Church. O órgão entendeu que não haviam elementos suficientes que justificavam uma ação penal.
As denúncias foram apresentadas pela pastora Denise Seixas, ex-esposa do fundador da instituição, o apóstolo Rinaldo Pereira Seixas, conhecido como Rina. O requerimento do órgão ainda deve ser homologado pela Justiça.
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A pastora Denise Seixas foi considerada presidente interina da Bola de Neve pela 12ª Vara Cível do TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) após uma disputa judicial de meses com o conselho da instituição. Apesar disso, a religiosa renunciou do cargo em fevereiro.
De acordo com o documento elaborado pelo MP-SP, ao qual a IstoÉ teve acesso, foi recomendado arquivamento do inquérito por não terem sido identificados elementos suficientes que justificavam uma ação penal.
O diretor financeiro Everton Cesar Ribeiro foi acusado de desviar fundos da Bola de Neve, inclusive do dízimo de fiéis, em contratos da instituição com empresas em que ele ou familiares são sócios. A denúncia ainda alegava que os serviços contratados não haviam sido realizados.
O MP-SP apontou que apenas o fato de Everton ocupar um cargo de diretor financeiro e contratar empresas em que ele ou familiares são sócios “não implica na ocorrência de crime”.
Em parecer, os advogados Aristides Zacarelli Neto e Danilo Bacoccina Cavalcante, que representam a Bola de Neve, afirmaram que toda a gestão financeira da igreja sempre esteve sujeita a auditorias regulares, sem que tenha sido constatada qualquer irregularidade.
“As diligências realizadas foram suficientes para demonstrar a inexistência de qualquer irregularidade ou ilicitude de natureza financeira por parte dos administradores da igreja”, pontuou o parecer.
Por meio de nota, a Bola de Neve reiterou seu compromisso com a “transparência, a legalidade e a lisura da sua gestão”.
Em contato com a IstoÉ, a defesa de Denise Seixas afirmou que acredita na Justiça e se sente aliviada em saber que “nada de errado” foi encontrado na Bola de Neve Church. “Tanto o Ministério Público como a Polícia Civil de São Paulo, órgãos competentes, possuem credibilidade e fizeram um grande trabalho de apuração e investigação”, pontuou.