O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) denunciou a médica Geysa Leal Corrêa pela morte da paciente Adriana Ferreira Capitão Pinto, após um procedimento estético. A professora morreu no dia 23 de julho de 2018 após fazer uma lipoescultura.

De acordo com as investigações, a cirurgia ocorreu sem intercorrências e Adriana apenas comentou no consultório sobre um inchaço nas pernas. Segundo o MPRJ, a médica teria informado para a paciente de que o sintoma era uma consequência natural da cirurgia.

No entanto, seis dias depois, já em casa, Adriana passou a se queixar de falta de ar, teve um desmaio e faleceu. O laudo de necropsia confirmou que o procedimento estético foi a razão da morte.

A cirurgia de lipoaspiração de abdômen e flancos com enxerto de gordura nos glúteos foi realizada em um consultório em Niterói. Segundo as investigações, Geysa não estava devidamente habilitada para intervenções estéticas. Além disso, o procedimento  foi realizado em um local sem as devidas condições sanitárias e sem a adoção dos cuidados pós operatórios cabíveis.

Conforme o MPRJ, a médica, que possui especialidade em otorrinolaringologia, “deixou de observar o dever objetivo de cuidado que lhe era exigível e, agindo com inobservância das regras técnicas de profissão, com manifesta imperícia e negligência, deu causa à morte de Adriana”.

Médica não tinha título de especialização

De acordo com a denúncia, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e o Conselho Regional de Medicina afirmaram em seus pareceres que Geysa não poderia ter executado a cirurgia, pois para a realização de lipoaspiração é necessário título de especialista na área.

Em relação aos cuidados pós operatórios, as duas entidades afirmaram que a conduta adequada seria encaminhar Adriana a uma unidade de emergência para um diagnóstico, evitando as complicações, que de fato se sucederam e, por fim, a vitimaram.

Para a 2ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Territorial Núcleo Niterói, Geysa deve responder por homicídio culposo.