O Conselho Superior do Ministério Público determinou, na última terça-feira, 21, a reabertura das investigações para apurar eventual prática de discriminação contra babás em seis clubes da cidade. O caso estava parado desde dezembro, quando o mesmo conselho (na época compostos por outros promotores) acatou o pedido dos clubes e encerrou as investigações. Um dos promotores que votou a favor do arquivamento era membro da direção do Clube Paulistano, uma das entidades investigadas, o que gerou suspeita de conflito de interesses.

Na decisão, o conselho determinou que as investigações ocorram em inquéritos separados, ou seja, cada clube será alvo de uma investigação. Inicialmente, os seis clubes estavam no mesmo inquérito. Os conselheiros do MP concluíram também que não houve conflito de interesses por parte do promotor Alvaro Augusto Fonseca de Arruda – integrante da diretoria do Paulistano. Ele não faz mais parte do Conselho Superior do MP.

O caso começou há um ano, quando uma sócia do Clube Pinheiros fez uma denúncia contra a entidade no Ministério Público. Ela alegou que a sua babá foi impedida de entrar no clube por não usar uniforme branco. A Promotoria de Direitos Humanos abriu investigação contra seis clubes da cidade. Dois deles entraram com recurso e, em dezembro, o Conselho Superior do MP decidiu arquivar a investigação.

Mas a promotora do caso afirmou que havia conflito de interesses entre os integrantes do Conselho, já que Arruda era diretor do Clube Paulistano, e pediu a reabertura das investigações. Depois de seis meses, o pedido foi julgado e acatado.

Procurado pelo jornal O Estado de S. Paulo, o Esporte Clube Pinheiros não respondeu aos questionamentos até as 15h50 desta sexta-feira, 24.