O Ministério Público francês para casos financeiros pediu, nesta quinta-feira (8), uma multa de 3,7 bilhões de euros contra a gigante bancário suíça UBS AG, acusada de ter atraído “com plena consciência” milionários franceses para abrir contas na entidade, sem declará-las à receita.

“A fraude fiscal não é outra coisa além de um roubo”, garantiu o procurador Eric Russo durante o julgamento, o primeiro desta dimensão já realizado na França.

Por isso, os bancos infratores “merecem ser processados e sancionados à altura do prejuízo” sofrido.

Para a acusação, “UBS AG e seus dirigentes sabiam perfeitamente que estavam violando a lei francesa” ao atrair esses milionários em recepções, competições esportivas ou partidas de caça.

O MP justificou a multa requerida a partir do cálculo dos bens franceses que tinham sido desativados para a Suíça, na ordem de “3,7 milhões a 23 bilhões de euros, segundo avaliações distintas”.

A reação do banco não demorou. Em um comunicado, criticou o “cálculo irracional” das multas requeridas, e lamentou um “enfoque simplista”, sem “nenhuma prova dos crimes imputados”.

Os 3,7 bilhões de euros correspondem aos montantes pagos pelos clientes franceses da UBS até agora.

Outros 15 milhões de euros são reivindicados à filial francesa, UBS France, acusada de cumplicidade e lavagem de dinheiro agravada.

Além disso, o MP reclama penas de seis meses a dois anos de prisão seis funcionários de alto escalão do banco na França e na Suíça.