BUENOS AIRES, 6 MAR (ANSA) – O promotor responsável por investigar o escândalo das criptomoedas promovidas pelo presidente da Argentina, Javier Milei, analisará os registros telefônicos do mandatário para determinar se houve contatos “suspeitos” entre o líder e os envolvidos no caso.
O Ministério Público, segundo o jornal La Nación, deseja averiguar se o atual chefe de Estado manteve contato com os envolvidos na suposta operação criminosa: Mauricio Novelli, Manuel Terrones Godoy e Sergio Daniel Morales.
O trio, segundo as apurações, atuou como intermediário com o empresário americano Hayden Mark Davies, diretor geral da Kelsier Ventures, e Julián Peh, diretor da Kip Protocol, empresa por trás da criação da criptomoeda $Libra.
Em fevereiro, Milei apresentou a criptomoeda como um instrumento financeiro parte de um projeto privado para “financiar pequenos negócios e startups argentinos”, incentivando uma onda de compras e um aumento de 1.000% em seu valor.
Pouco tempo depois, o presidente apagou sua mensagem, causando o colapso da criptomoeda e perdas de mais de US$ 100 milhões para investidores ao redor do mundo, além de milhões em lucros para algumas “carteiras virtuais”.
A Justiça da Argentina revelou no mês passado que recebeu mais de 110 denúncias criminais em virtude do escândalo. Milei, por sua vez, defende que não teve “nenhum vínculo” com a $Libra.
Os crimes investigados pelo MP argentino são fraude, tráfico de influência, abuso de poder e corrupção. (ANSA).