MP investiga celulares em caso da morte de brasileira na Itália

SÃO PAULO, 18 NOV (ANSA) – O Ministério Público de Verona ordenou novas investigações sobre o assassinato da brasileira Jéssica Stappazzollo, morta com 27 facadas pelo companheiro, Douglas Reis Pedroso, em 28 de outubro, em um crime que chocou a Itália pela brutalidade.   

Segundo a imprensa local, os investigadores vão analisar o conteúdo dos celulares do casal em busca de fotos, vídeos e conversas que possam esclarecer a relação entre os dois brasileiros e fornecer provas dos supostos abusos que a jovem de 33 anos teria sofrido por algum tempo.   

A decisão foi tomada após o depoimento de Pedroso, durante a audiência de validação de sua prisão, apresentar várias inconsistências, apesar de sua “ampla confissão”, na qual admitiu ser o autor do crime.   

O brasileiro atribuiu as “diversas lacunas” em sua versão ao efeito de drogas que teria usado anteriormente. Segundo ele, perdeu a consciência após matar a companheira e só acordou mais tarde ao lado do corpo, sem conseguir identificar um “gatilho real”, conforme registrado pela juíza de instrução preliminar Paola Vacca na ordem de prisão preventiva.   

Jéssica foi assassinada no ápice de uma sequência de abusos e episódios de violência sofridos ao longo do relacionamento.   

Pedroso confessou o crime à polícia e indicou que o corpo da vítima estava em sua residência, onde ela morava há um ano e meio.   

O brasileiro já havia sido denunciado por suspeita de agredir a companheira, com episódios que teriam começado no ano passado.   

Em abril deste ano, inclusive, a Justiça determinou que ele usasse tornozeleira eletrônica e mantivesse uma distância mínima de 500 metros de Stappazzollo. No momento da prisão, contudo, ele não utilizava o equipamento.   

Pedroso também respondia a denúncias por agressão contra a irmã de Jéssica, Laiza, e por resistência à ação policial, além de já ter sido condenado por se recusar a realizar o teste do bafômetro. Atualmente, ele está detido na penitenciária de Montorio. (ANSA).