O tribunal eleitoral da Guatemala foi alvo de diligências, nesta sexta-feira (29), por ordem do questionado Ministério Público para requisitar informação das atas do processo eleitoral vencido pelo candidato social-democrata, Bernardo Arévalo, informaram fontes oficiais.

“A operação se desenvolve em continuidade às diligências realizadas na sede do COPE [Centro de Operações do Processo Eleitoral] e tem como objetivo recolher informação para fortalecer a investigação”, indicou o MP guatemalteco na rede social X (antigo Twitter).

Em 12 de setembro, o MP fez buscas nas instalações onde são guardadas as cédulas de votação das eleições de 25 junho e do segundo turno presidencial de 20 de agosto, após receber uma denúncia de um cidadão por supostas anomalias no processo eleitoral.

Essa operação e a desta sexta-feira são conduzidas pelo procurador Rafael Curruchiche, que orquestrou diversas ações contra o tribunal eleitoral e o partido Semilla (Semente, em português) de Arévalo, o que foi alvo de questionamentos na Guatemala e no exterior.

O MP esclareceu que o caso está sob sigilo, por isso evitaram dar detalhes da investigação.

O edifício anexo do Tribunal Supremo Eleitoral (TSE), situado no centro histórico da Cidade da Guatemala, foi cercado por dezenas de policiais.

Com esta diligência, já são quatro as operações em sedes do TSE autorizadas por um juiz a pedido da criticada Procuradoria Especial Contra a Impunidade (FECI, na sigla em espanhol), que é dirigida por Curruchiche.

Arévalo classificou as operações como um “golpe de Estado” em curso para evitar que ele assuma o poder em 14 de janeiro, uma acusação rechaçada pelo MP.

Os procuradores requisitaram as “atas das eleições” nesta nova operação, disse aos jornalistas um porta-voz do tribunal eleitoral, David de León.

As buscas acontecem dois dias depois que o MP, comandado pela procuradora-geral Consuelo Porras, pediu para suspender o foro privilegiado dos juízes eleitorais por supostas anomalias na aquisição de um sistema informático que mostra os resultados preliminares das eleições de junho e do segundo turno de agosto.

Os Estados Unidos incluíram Consuelo Porras e Rafael Curruchiche em uma lista de personagens “corruptos” e “antidemocráticos”, assim como o juiz Fredy Orellana, que autorizou as diligências no TSE e suspendeu o Semilla por supostas irregularidades em seu registro.

A suspensão do partido foi pausada pela Justiça eleitoral, mas entrará em vigor em novembro com o encerramento do ciclo eleitoral, por isso Arévalo mantém sua batalha nas altas instâncias judiciais para deixá-la sem efeito.

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