TÓQUIO, 2 JUL (ANSA) – O Ministério Público do Japão pediu nesta sexta-feira (2) penas de quase três anos de prisão para dois cidadãos americanos que admitiram ter ajudado na fuga do executivo franco-brasileiro Carlos Ghosn.
Presos nos Estados Unidos no ano passado, Michael Taylor e seu filho, Peter, acabaram extraditados ao Japão, onde se tornaram réus por ter levado Ghosn para a Turquia escondido em uma caixa de equipamentos musicais em um jatinho privado.
O Ministério Público pediu a condenação de Michael a dois anos e 10 meses de prisão e de Peter a dois anos e seis meses de cadeia. O veredicto deve ser divulgado no fim do mês. “Eu sinto muito, não foi por dinheiro”, declarou o pai.
No entanto, a acusação diz que a família Ghosn pagou aos réus US$ 860 mil para os preparativos da fuga e US$ 500 mil em criptomoedas para bancar advogados. Já a defesa diz que a Justiça deve considerar a admissão de culpa de Michael e Peter e levar em conta o período de detenção de ambos nos EUA antes da extradição.
“Eu peço desculpas ao povo do Japão e me arrependo muito de minha atitude”, declarou Peter. Ex-presidente das montadores japonesas Nissan e Mitsubishi e da francesa Renault, que formam uma aliança automotiva, Ghosn fugiu para o Líbano no fim de 2019, violando os termos de sua liberdade condicional.
Ele é acusado no Japão de ter subnotificado rendimentos e desviado recursos da Nissan para fins pessoais, mas alega ser vítima de um “complô” de dirigentes da montadora por causa de seus planos de ampliar a integração com a Renault.
Ghosn tem origem libanesa, país que não mantém acordo de extradição com o Japão. Um terceiro homem, identificado como George Antoine Zayek, também é acusado de ajudar na fuga, mas está foragido. (ANSA).