A procuradora Fabiana Schneider, da força-tarefa da Lava Jato, afirmou, nesta terça-feira, que já existem elementos que, reunidos, comprovam que houve compra de voto para o Rio sediar a Olimpíada de 2016. Estariam envolvidos no caso o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, e o empresário Arthur César de Menezes Soares Filho, conhecido como “Rei Arthur”, entre outros.

A procuradora disse que um dos fatores que indicam a fraude são as datas próximas entre depósitos suspeitos no valor de US$ 2 milhões (R$ 6,2 milhões, na cotação atual) e o resultado da votação, ocorrida na Dinamarca.

O indício maior foi uma transação financeira feita em 29 de setembro de 2009 entre a Matlock Capital Group, empresa com sede em Miami, nos Estados Unidos, e a Pamodzi Consulting, empresa de Papa Massata Diack. Três dias depois, o Rio foi escolhido, informou a procuradora.

Ela destacou no entanto que ainda falta um elemento de ligação entre Artur César de Menezes e Lamine Diack, então presidente da Associação Internacional das Federações de Atletismo (IAAF) e o membro do COI e seu filho, Papa Massata Diack. Por este motivo, o presidente do COB, Carlos Nuzman, passou a ser investigado.

“Aqui entra o Comitê Olímpico Brasileiro, que tinha o poder de aproximar essas duas pontas. É inegável que Nuzman atuou de forma expressiva para convencer pessoas a votar pelo Rio de Janeiro”, disse Fabiana.

E por conta desses indícios, disse a procuradora, Nuzman está proibido de deixar o País. “Nuzman se mostra como elemento central entre os pontos, entre empresários e os representante dos Comitê Olímpico. Formou-se uma verdadeira triangulação de interesses, de favores de esportistas e de um seleto grupo que planejou cada passo para que os jogos viessem para o Brasil”, afirmou.

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