O Ministério Público Estadual de São Paulo denunciou nesta sexta-feira, 16, o guarda-civil Rodrigo Gonçalves de Oliveira pela morte e ocultação de cadáver de cinco jovens, que desapareceram em outubro a caminho de uma festa e tiveram os corpos encontrados na zona rural de Mogi das Cruzes. A investigação mostrou que Oliveira teria agido para atrair as vítimas com objetivo de executá-las.

De acordo com o promotor Leandro Lippi, o guarda assassinou as vítimas motivado por vingança. Ele, “fazendo uma investigação à margem da lei”, como definiu o MP, concluiu que duas pessoas do grupo estariam envolvidas com a morte de um amigo da corporação, que aconteceu em setembro em Santo André. “Foi a partir dessa convicção que Oliveira passou a atuar para atrair os jovens”, informou a promotoria em nota.

Moradores do Parque São Rafael, na zona leste, os jovens foram convidados pelo Facebook para participar de uma festa em Ribeirão Pires, na região metropolitana. O evento foi forjado, segundo a acusação, por Oliveira para atrair os jovens em uma emboscada. Jonathan Moreira Ferreira, Cesar Augusto Gomes Silva, Caíque Henrique Machado Silva, Robson Fernando Donato de Paula e Jones Ferreira Januário foram encontrados mortos 19 dias depois de deixarem o bairro em direção à festa.

O guarda deverá responder pelos homicídios duplamente qualificados (motivo torpe e impossibilidade de defesa das vítimas), o que poderá aumentar a sua pena caso seja condenado. Em depoimento à polícia, ele confessou ter preparado a emboscada, mas negou que a intenção fosse assassinar os jovens, mas, sim, prendê-los. A versão não convenceu o MP.

Segundo o promotor, que solicitou ainda ao Poder Judiciário que a prisão temporária de Oliveira seja convertida em preventiva, o Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa prossegue nas diligências para identificar os demais autores dos crimes.