PALERMO, 18 JUL (ANSA) – O Ministério Público de Palermo informou nesta sexta-feira (18) ter apresentado um recurso contra a absolvição do vice-premiê e ministro dos Transportes da Itália, Matteo Salvini, no caso do navio da ONG espanhola Open Arms.
Salvini, líder do partido nacionalista Liga, virou réu por ter impedido o desembarque de 147 migrantes resgatados no Mediterrâneo pela embarcação da ONG em agosto de 2019, quando ele era ministro do Interior e gerenciava as políticas migratórias do país. O MP havia pedido uma pena de seis anos de prisão.
As autoridades sicilianas argumentaram que apresentaram um recurso denominado “per saltum”, que permite recorrer diretamente ao Supremo Tribunal de Cassação sem passar pela fase de apelação. Os procuradores alegaram que, ao barrar o desembarque dos migrantes, Salvini violou o direito nacional e internacional e excedeu seus poderes quando a segurança do Estado não estava em jogo.
Salvini, por sua vez, mostrou muita confiança de que sua absolvição no caso será mantida.
“Passei por mais de 30 audiências, o tribunal me absolveu porque não havia crime, reconhecendo que defender fronteiras não é crime. Evidentemente, alguém não se resignou a isso, então, vamos em frente: não estou preocupado”, declarou.
Diversos aliados políticos do ministro enviaram mensagens de apoio, entre eles Giorgia Meloni, primeira-ministra da Itália, e Matteo Piantedosi, ministro do Interior do país.
“Essa implacabilidade é surreal, após um julgamento fracassado de três anos de um ministro que queria fazer com que a lei fosse cumprida e que terminou em absolvição total”, analisou a chefe de governo italiana.
Já Oscar Camps, fundador da ONG Open Arms, celebrou a decisão do MP de Palermo e declarou que possui “plena confiança no trabalho” das autoridades sicilianas. (ANSA).