MILÃO, 15 FEV (ANSA) – A Procuradoria de Milão encaminhou nesta terça-feira (15) ao Ministério da Justiça da Itália o pedido de extradição e de prisão internacional de Robinho, condenado em última instância, em 19 de janeiro, a nove anos de prisão por violência sexual em grupo.

A medida também vale para o amigo do jogador, Ricardo Falco, também sentenciado pelo mesmo crime.

Os atos contra os dois foram solicitados pela procuradora Adriana Blasco, mesmo que haja praticamente certeza entre o judiciário italiano de que ambos não serão entregues para cumprir pena na Itália por conta da Constituição brasileira, que não permite a extradição de seus cidadãos.

No rito de procedimentos, o ministério italiano ainda deve enviar o pedido formal de prisão e extradição para a pasta brasileira nos próximos dias.

Robinho e Falco foram os únicos condenados por abuso sexual de uma jovem albanesa que tinha 22 anos na época do crime, em 2013.

Outras quatro pessoas participaram do crime, mas elas não foram identificadas pelos investigadores.

Segundo as investigações, a vítima estava na mesma boate em que o então craque do Milan e cinco amigos dele estavam, mas só se juntou ao grupo após a esposa do jogador ir para casa. Robinho e seus amigos teriam então oferecido bebida à vítima até “deixá-la inconsciente e incapaz de se opor”.

De acordo com a reconstrução feita pelo Ministério Público, o grupo levou a jovem para um camarim da boate e, se aproveitando de seu estado, mantiveram “múltiplas e consecutivas relações sexuais com ela”.

Em uma conversa telefônica grampeada, Robinho disse ao amigo Jairo Chagas, que o alertara sobre a investigação: “Estou rindo porque não estou nem aí, a mulher estava completamente bêbada, não sabe nem o que aconteceu”.

“Olha, os caras estão na merda. Ainda bem que existe Deus, porque eu nem toquei naquela garota. Vi (nome do amigo 2) e os outros foderem ela, eles vão ter problemas, não eu. Lembro que os caras que pegaram ela foram (nome do amigo 1) e (nome do amigo 2). Eram cinco em cima dela”, afirmou o atleta na conversa.

No entanto, após Chagas dizer que havia visto Robinho “colocar o pênis dentro da boca” da vítima, o atacante respondeu: “Isso não significa transar”.

Os advogados do jogador sempre alegaram que ele era inocente e que a relação havia sido consensual. Porém, em nenhuma das partes dos julgamentos, houve qualquer atenuação de pena contra ambos.

Robinho e Falco foram condenados em primeira instância em novembro de 2017 e na Corte de Apelação em dezembro de 2020, com a pena definitiva no último mês. (ANSA).