O Ministério Público de Honduras solicitou à Justiça o bloqueio dos bens do ex-chefe da polícia, Juan Carlos Bonilla, que se declarou culpado de tráfico de drogas nos Estados Unidos em fevereiro, informou o órgão nesta quarta-feira (13).

O MP “considerou procedente solicitar hoje o julgamento competente da privação definitiva de todos os bens apreendidos [provisoriamente] em maio de 2022 do ex-diretor da Polícia Nacional, Juan Carlos Bonilla Valladares (El Tigre)”, segundo um comunicado.

Bonilla, extraditado aos Estados Unidos em maio de 2023, “se declarou culpado recentemente na Corte do Distrito Sul de Nova York e foi mencionado por testemunhas na mesma Corte de receber grandes quantidades de dinheiro em troca de segurança aos cartéis de droga”, recordou o ente.

O pedido é resultado do trabalho da comissão do Ministério Público que assistiu ao julgamento contra o ex-presidente Juan Orlando Hernández nesta Corte.

Hernández, que governou Honduras entre 2014-2022, foi declarado culpado nesta sexta-feira de três crimes de tráfico de drogas e em 26 de junho a Corte decidirá sua pena, que pode ser prisão perpétua. Ele foi extraditado aos Estados Unidos em 21 de abril de 2022, três meses depois deixar o poder.

O Ministério Público recordou que em maio de 2023 pediu o bloqueio provisório de uma residência em Lomas de Toncontín, sul de Tegucigalpa, uma fazenda em Las Ánimas, Danlí (leste do país), um terreno em Choloma (norte), três veículos de luxo e nove contas bancárias de Bonilla. Estes bens são os que agora o MP pode confiscar definitivamente.

Em 7 de fevereiro, o ex-chefe da polícia apelidado “El Tigre” se declarou culpado de conspirar para traficar cocaína aos Estados Unidos e de posse, uso e porte de armas e equipamentos destrutivos, acusações que podem condená-lo à prisão perpétua.

O juiz instrutor do caso, Kevin Castel, anunciará a sentença contra Bonilla em 25 de junho.

Bonilla também foi acusado no caso do ex-presidente Hernández, junto com o ex-policial Mauricio Hernández Pineda, que em 2 de fevereiro também foi declarado culpado de tráfico de drogas, mas ambos se esquivaram do banco dos réus.

Desde 2014, 41 hondurenhos foram extraditados aos Estados Unidos por acusações de narcotráfico.

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