ISTAMBUL, 21 JAN (ANSA) – A promotoria de Istambul exigiu nesta quarta-feira (20) pesadas penas de prisão para três cidadãos turcos acusados de terem auxiliado a fuga do executivo Carlos Ghosn do Japão para o Líbano.   

As autoridades turcas acusaram Okan Kosemen, um funcionário da empresa de fretamento de jatos MNG, e os pilotos Noyan Oasin e Bahri Kutlu Somek de “contrabando de migrante”.   

A fuga envolvia uma escala em Istambul em vez de um voo direto “para não levantar suspeitas”. Na oportunidade, Kosemen teria transferido Ghosn, que estava viajando escondido dentro de “uma grande caixa para instrumentos musicais”, com a ajuda do ex-membro das forças especiais dos EUA Michael Taylor e de George-Antoien Zayek, um cidadão libanês.   

A acusação diz que Taylor e Zayek levaram Ghosn em segurança pelo aeroporto japonês de Osaka. Além disso, teriam aberto “70 buracos na parte inferior da caixa para ele [Ghosn] respirar facilmente”. A aeronave pousou em Istambul e estacionou próximo de uma outra com destino a Beirute.   

Kosemen teria recebido por volta de 217 mil euros por ter participado do plano, além de embolsar uma quantia não identificada após a chegada de Ghosn na capital do Líbano.   

Os réus, que podem pegar até 12 anos de prisão, negam todas as acusações.   

O brasileiro é acusado no Japão de ter subnotificado rendimentos e de ter desviado recursos da Nissan para fins pessoais. Ele alega, no entanto, que as denúncias são uma trama de executivos da montadora e de procuradores japoneses para frear seus planos de aumentar a integração com a Renault. (ANSA).