O Ministério Público da Guatemala revistou nesta quinta-feira (16) várias residências para deter 30 professores e estudantes universitários, incluindo uma aliada do presidente eleito Bernardo Arévalo, pela ocupação de uma universidade pública em 2022.

As polêmicas operações foram deflagradas em meio à tensão política derivada da denúncia do opositor Arévalo, que acusa o MP de orquestrar um “golpe de Estado” para evitar que assuma o poder em janeiro por sua promessa de combater a corrupção pública.

“A Procuradoria de Crimes contra o Patrimônio Cultural da Nação, com apoio da Polícia Nacional Civil coordena 31 diligências de busca, inspeção e apreensão de provas, no seguimento da investigação em curso”, disse o porta-voz do Ministério Público, Moisés Ortiz, a jornalistas.

A operação incluía ordens de prisão por supostos crimes de “usurpação qualificada continuada, depredação de bens culturais em forma continuada, sedição continuada e associação criminosa”, acrescentou.

Havia ordens de prisão de pelo menos 27 pessoas, segundo a imprensa local, entre elas, líderes estudantis, acadêmicos e ativistas de outras organizações, que entre maio e junho de 2022 ocuparam a sede central da Universidade de San Carlos, a única estatal.

A ocupação foi em protesto contra o que denunciavam como fraude na eleição do reitor Walter Mazariegos, vinculado ao governo do presidente de direita Alejandro Giammattei.

A operação desta quinta-feira prendeu a estudante e ativista Marcela Blanco, ex-candidata a deputada pelo partido Semilla, de Arévalo. A legenda foi inabilitada pela Justiça neste mês, a pedido do MP.

“Exigimos respeito à segurança e integridade de Marcela Blanco e qualquer outro membro do partido submetido a estes abusos”, escreveu Arévalo na rede social X (antigo Twitter).

A Corte Suprema de Justiça rejeitou na quarta-feira o pedido do presidente eleito para impedir as ações do Ministério Público contra o Tribunal Eleitoral e o Semilla.

hma/fj/llu/jc/aa