O Ministério Público da França pediu nesta terça-feira(22) penas de até seis meses de prisão com suspensão contra 12 jovens julgados por terem assediado virtualmente uma garota que criticou o Islã.

O caso da jovem Mila, que foi forçada a mudar de escola após receber ameaças de morte, gerou indignação na França e um debate sobre o direito à blasfêmia.

“O Alcorão está cheio de nada além de ódio, o Islã é uma religião de merda”, disse a adolescente em um primeiro vídeo no Instagram em janeiro de 2020.

Na época, ela tinha 16 anos. Ela postou um segundo vídeo em novembro, desta vez no TikTok, após o assassinato por um jihadista do professor de ensino médio Samuel Paty, que havia mostrado a seus alunos desenhos animados do profeta Maomé.

As reações ao vídeo da jovem foram violentas. “Você merece ter seu pescoço cortado”, dizia um deles.

Mila foi colocada sob proteção policial junto com sua família em Villefontaine, uma cidade nos arredores de Lyon, no sudeste da França.

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Até o presidente Emmanuel Macron veio em sua defesa, dizendo: “A lei é clara. Temos o direito de blasfemar, criticar e caricaturar as religiões”.

Os investigadores acabaram identificando treze pessoas de várias regiões francesas com idades entre 18 e 30 anos e os acusaram de assédio virtual, alguns deles também de ameaça de morte e outros crimes.

O promotor pediu nesta terça-feira que as acusações contra um dos réus sejam retiradas por falta de provas, mas disse que os doze restantes merecem uma “pena de advertência”.

Contra os culpados de assédio virtual, ele pediu uma pena de 3 meses de prisão com suspensão e seis meses para aqueles que também fizeram ameaças de morte.

O anúncio da sentença está marcado para 7 de julho.

No início do julgamento, o advogado de Mila, Richard Malka, disse que sua cliente “recebeu mais de 100.000 mensagens de ódio e ameaças de morte nas quais afirmaram que ela seria amarrada, cortada, esquartejada, decapitada, com imagens de caixões ou fotos manipuladas de sua decapitação”.


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