O Ministério Público da Espanha revelou nesta quinta-feira que abriu investigação para apurar possível caso de corrupção na negociação dos contratos estabelecidos entre a Real Federação Espanhola de Futebol e a Arábia Saudita. O acordo, que definiu a realização da Supercopa da Espanha no país árabe, foi intermediado por Gerard Piqué, zagueiro do Barcelona.

A apuração teve início cerca de um mês após o vazamento do áudio de conversas entre o presidente da entidade espanhola, Luis Rubiales, e Piqué. Os áudios, revelados por um jornal espanhol, apontam que a empresa liderada pelo jogador do Barça, o grupo Kosmos, recebeu 24 milhões de euros (cerca de R$ 124 milhões) para intermediar o acerto com o governo saudita para realizar no país árabe a Supercopa da Espanha.

No total, a empresa embolsou 4 milhões de euros (R$ 20,8 milhões) por edição do torneio, num contrato de seis anos. Piqué, que jogou o campeonato defendendo as cores do Barcelona, negou ter qualquer conflito de interesses ou conduta inadequada na negociação. A federação espanhola também alegou não haver qualquer ato ilegal na transação.

A apuração do Ministério Público pode levar a uma investigação judicial, com potencial para levar o caso para os tribunais. A federação espanhola já avisou que entrou em contato com o MP para fornecer documentos e auxiliar na investigação.

A Supercopa da Espanha, que reunia em jogo único os vencedores do Campeonato Espanhol e da Copa do Rei, teve seu formato alterado pela federação em 2020. Tornou-se uma minicompetição, com quatro times e passou a ser disputada no Arábia Saudita. A entidade espanhola teria embolsado cerca de 42 milhões de euros (R$ 218 milhões), de acordo com a imprensa espanhola.

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