LA PAZ, 07 JUL (ANSA) – O Ministério Público (MP) da Bolívia acusou nesta segunda-feira (6) o ex-presidente Evo Morales por supostamente ter cometido crimes de terrorismo.

A Procuradoria Geral do país também acusou o ex-chefe de Estado de ter financiado a prática. Morales está desde dezembro na Argentina, onde recebeu asilo político.

Segundo a procuradoria, Morales teria feito uma ligação telefônica para um líder de uma plantação de coca do México, onde também se refugiou em 2019, no qual ele teria pedido um bloqueio na distribuição de produtos alimentícios para as capitais das províncias bolivianas.

De Buenos Aires, onde está atualmente exilado, o ex-líder do Movimento ao Socialismo (MAS) reagiu via Twitter sobre as acusações, que definiu como “ilegais” e “inconstitucionais”.

“O Ministério Público quer me indiciar de maneira ilegal e inconstitucional usando um áudio alterado. Essa é mais uma evidência da perseguição política do governo contra mim”, escreveu Morales.

Entre outubro e novembro de 2019, a Bolívia esteve no centro de graves tensões sociais e políticas, que resultou na morte de 36 pessoas. Os protestos começaram após o cancelamento das eleições presidenciais que haviam atribuído a vitória a Morales no primeiro turno. No entanto, o resultado foi contestado pela oposição, que denunciou a existência de uma possível fraude.

O Supremo Tribunal Eleitoral (TSE) convocou novas eleições presidenciais para o dia 3 de maio, mas foram adiadas para 6 de setembro em decorrência da pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2). (ANSA)