Rio – O Ministério Público do Rio (MPRJ) e a Corregedoria da Polícia Militar fazem uma operação, na manhã desta quinta-feira, para cumprir mandados de busca e apreensão em endereços de nove policiais militares denunciados popr associação criminosa e recebimento de propina. Segundo o MP, eles cobravam propina de traficantes que atuam em bairros de Volta Redonda, no interior do estado. Oito dos nove PMs do 28º BPM foram afastados de suas funções, enquanto o novo, Welderson Sidney da Silva Teixeira, foi eleito vereador e está licenciado. Ele também foi denunciado por extorsão.
Ação é realizada pelo Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ), com o auxílio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ), e o apoio da Corregedoria da Polícia Militar. As denúncias tiveram origem nas operações “Camará” e “Katitula”, ambas da Polícia Federal de Volta Redonda em parceria com o Gaeco, que apuraram a existência de associação criminosa voltada para o tráfico de drogas em bairros de Volta Redonda sob o domínio das facções criminosas Comando Vermelho e Terceiro Comando.
Durante as investigações, os agentes descobriram que os traficantes atuam com a conivência de alguns policiais militares lotados no 28º BPM, que recebiam valores para não coibirem o tráfico. A partir de diálogos de voz e SMS interceptados nas operações da PF, verificou-se que o policial militar Flávio Henrique Ferreira Moreira negociava os pagamentos ilegais com os traficantes da região. Já Welderson, além de receber pagamento de propina para deixar combater o crime, também obrigava traficantes, mediante ameaça, a lhe pagarem vantagens indevidas.
Também foram denunciados os PMs André da Silva Lamblet e Rodrigo da Silva Theodoro por recebimento de propina para não reprimir o comércio irregular de drogas e medicamentos sem registro no Mercado Popular de Barra Mansa. Luciano Barbosa da Silva, Caio Marcos Silva Nogueira e Ronaldo Marino Venancio Xavier receberam propina para não efetuarem a prisão de Nahum Machado Teixeira, detido pelos policiais portando armas de grosso calibre e drogas.
Já Alexandre de Oliveira e Márcio Oliveira Carneiro foram denunciados por fazerem parte de um grupo, denominado “C-20”, que se associou aos comerciantes de medicamentos ilegais para que os produtos pudessem ser vendidos, ilegalmente, no Mercado Popular de Barra Mansa, sem que houvesse repressão por parte dos policiais. As investigações da PF foram encaminhadas à Auditoria Militar para processamento dos crimes militares.