O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e a Polícia Militar de Meio Ambiente do estado apreenderam nesta quarta-feira, 3, cerca de 50 peças arqueológicas que podem estar ligadas à última batalha da chamada Revolução Liberal de 1842, confronto entre liberais e conservadores ocorrido em Minas Gerais e São Paulo. O material estava sendo comercializado na internet.

Segundo informações do Ministério Público, foram apreendidos 60 itens, incluindo moedas do período Imperial, botões, fragmentos de armas de fogo, 04 projéteis de artilharia, cravos, fivelas, espelhos de fechaduras e alguns artefatos de uso ainda desconhecido. o material foi apreendido no bairro Camargos, em Belo Horizonte. As peças teriam sido retiradas do sítio Recanto dos Bravos, em Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, uma das cidades mineiras em que houve combate durante o movimento.

O Recanto dos Bravos faz parte de área verde do bairro Córrego das Calçadas, de preservação permanente, e é tombado pelo município de Santa Luzia como patrimônio cultural desde 1989, ainda segundo informações do Ministério Público. A promotoria afirma que três pessoas, cujas identidades não foram reveladas, estão sendo investigadas. O processo criminal foi aberto pelo MP em setembro deste ano depois de denúncias sobre a ocorrência de saques realizados no local da batalha. O material apreendido será periciado por especialistas em História e arqueologia.

A Revolução Liberal de 1842 teve início com a decisão do Gabinete de Dom Pedro II, composto pelo Partido Conservador de dissolver em 1º de maio de 1842, o parlamento eleito, de maioria liberal, que tomaria posse dois dias depois. A última batalha, que teve Duque de Caxias derrotando os liberais, ocorreu em Santa Luzia em 20 de agosto daquele ano.


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